CONHECIMENTOS DE GESTANTES SOBRE O ZIKA VÍRUS E SUA ASSOCIAÇÃO COM MICROCEFALIA, FORTALEZA, 2016.
CLARISSA MARIA MENEZES THIERS1, BRENDA EVELLING MORAIS ALVES1, BARBARA COLARES CARVALHO1, ANAMARIA CAVALCANTE E SILVA1, JOSEANE MARQUES FERNANDES1, LUCIANO PAMPLONA DE GOÉS CAVALCANTI1, LUIZ VALÉRIO COSTA VASCONCELOS1
1. UNICHRISTUS - Centro Universitário Christus, 2. UFC - Universidade Federal do Ceará
pamplona.luciano@gmail.com

Diante das evidências recentes da associação do zika vírus durante a gestação com os casos de síndrome da zika congênita, torna-se importante avaliar os conhecimentos prévios das gestantes sobre o zika vírus e sua possível relação com os casos de microcefalia ao nascer. Foi realizado um estudo transversal quantitativo envolvendo as gestantes cadastradas no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, que eram residentes na cidade de Fortaleza e que realizavam pré-natal Unidade Básica de Saúde Frei Tito. Foi aplicado um questionário semiestruturado envolvendo questões relacionadas aos conhecimentos sobre zika, aspectos socioeconômicos, idade gestacional, adoção de medidas de prevenção e controle. O projeto foi aprovado pelo parecer nº 045/16, CAAE nº 51691916.1.00005049. Responderam ao questionário 76 gestantes. Destas, 41 (53,9%) mulheres tinham até 24 anos de idade e 30,7% tinham ensino médio completo. Os principais sintomas reconhecidos pelas gestantes foram febre (85,3%), artralgia (82,7%), cefaleia (73,3%) e exantema maculopapular (70,7%). Mais da metade (52,6%) das gestantes acreditava existir uma vacina para zika. A maior parte já tinha ouvido falar da relação entre zika vírus na gestação e os casos de microcefalia (92,1%). Entre as 41 (53,9%) gestantes que relataram ter recebido a visita de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 30 receberam orientações sobre o perigo da infecção pelo vírus zika durante o período gestacional. O uso de repelente foi referido por 38 (48,7%) gestantes e entre as que não utilizavam a principal justificativa (52,6%) foi não verem necessidade. O mosquito Aedes aegypti foi reconhecido como principal transmissor, porém foi sugerido também que ele fosse transmissor de doenças como Malária (24,7%) e Calazar (8,2%). A maior parte das gestantes acredita que os focos do mosquito se encontram em lixo (65,8%) e água parada (92,1%). É claro que com o passar da epidemia essas mulheres tiveram mais esclarecimentos sobre o zika vírus e sua associação com os casos de microcefalia. Entretanto, é imprescindível que haja uma maior conscientização das pessoas no sentido de se envolver mais diretamente com as medidas de prevenção e controle. No caso das gestantes, devem ser estimuladas as medidas de proteção individual pessoal como uso de preservativos nas relações sexuais, além do uso de repelentes e eliminação de criadouros de mosquitos em seu em torno com objetivo de reduzir a chance de contato com potenciais mosquitos infectados.



Palavras-chaves:  Gestante, Microcefalia, Zika