DETECÇÃO DO Papilomavírus humano EM CARCINOMA MAMÁRIO DE MULHERES PERNAMBUCANAS
JOÃO ALBERTO LINS DE LIMA 1, ELYDA GONÇALVES DE LIMA1, ANTONIO CARLOS DE FREITAS1
1. UNIBRA - Centro Universitário Brasileiro, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
albertinho_49@hotmail.com

Atualmente, a carcinogênese mamária é a neoplasia que mais acomete mulheres em todo o mundo. A previsão é que, em 2050, a incidência desse tumor na população mundial registrará aproximadamente 3,2 milhões de novos casos por ano. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, para 2018 são esperados aproximadamente 59.700 novos casos de câncer de mama. Excluindo os tumores de pele não melanoma, Pernambuco desponta em sétimo lugar com maior número de casos de câncer de mama previstos. Diversos fatores estão associados ao desenvolvimento desta neoplasia, dentre elas as infecções virais. Entre os três vírus mais estudados como possíveis causas da carcinogênese mamária está o Papilomavírus humano (HPV). Assim, o objetivo foi detectar e analisar o HPV em carcinomas mamários de mulheres Pernambucanas. Foram analisados nesse estudo 64 amostras de carcinomas mamários, embebidos em parafina, provenientes de pacientes atendidas no Hospital Barão de Lucena, Recife – PE. A detecção do DNA viral foi realizada por PCR e as amostras positivas foram genotipadas por sequenciamento. O DNA de HPV foi detectado em 56,25% (36/64) dos carcinomas de mama avaliado. No estudo foi identificado 5 tipos de HPV (6, 16, 18, 31 e 58). Dentre os genótipos encontrado o HPV16, considerado de alto risco pela sua propensão para o desenvolvimento do câncer, foi o mais prevalente na população estudada sendo detectado em 61,1% (22/36) dos casos. A presença do HPV também foi associada a fatores clínico-patológicos dos carcinomas mamários, como a classificação molecular e a expressão dos receptores de estrógeno (ER), progesterona (PR) e HER-2. Das 36 amostras parafinadas HPV-positivas, 61,1% (22/36) dos casos foram positivos para o receptor de estrógeno e progesterona, respectivamente, e 75% (3/4) das amostras positivas para HER-2. Quando comparado a presença do DNA viral com a classificação molecular foi observado 61,1% (22/36) dos carcinomas HPV-positivo eram do tipo luminal, 8,3% (3/36) do tipo super HER-2 e 30,6% (11/36) triplo negativo. Embora o papel etiológico do HPV em alguns cânceres extragenitais ainda está sob intenso debate, os resultados deste estudo sugerem que o vírus esteja associado a um fenótipo mais agressivo de câncer de mama. Entretanto, faz-se necessário estudos complementares para estabelecer uma relação causal entre o HPV e o câncer de mama.



Palavras-chaves:  Câncer de mama, Diagnóstico molecular, DNA viral, Marcadores tumorais, Papilomavírus humano (HPV)