Caracterização molecular de Mycobacterium tuberculosis monorresistente a isoniazida no Rio Grande do Sul
SUN HEE SCHIEFELBEIN 1,4, RICHARD STEINER SALVATO1,4, BRUNO PRAETZEL1,4, REGINA BONES BARCELLOS1,4, LEONARDO SOUZA ESTEVES1,4, ANA CAROLINA SARAIVA POMPEU1,4, ISABELA NEVES ALMEIDA1,4, SILVANA SPÍNDOLA DE MIRANDA1,4, ELIS REGINA DALLA COSTA1,4, MARTA OSÓRIO RIBEIRO1,4, GISELA UNIS1,4, AFRÂNIO LINEU KRITSKI1,4, ELISÂNGELA COSTA DA SILVA1,4, MARIA LUCIA ROSA ROSSETTI1,4
1. ULBRA - Universidade Luterana do Brasil, 2. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre , 3. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro , 4. CDCT, CEVS, SES/RS - Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul , 5. LACEN, CEVS, SES/RS - Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul, 6. HSP - Hospital Sanatório Partenon , 7. UFMG - Laboratório de Pesquisa em Micobactérias, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, 8. UFMG - Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais
sun-hee33.1@hotmail.com

A isoniazida (INH) é um dos principais fármacos de primeira linha utilizado no tratamento da tuberculose (TB). A monorresistência a INH é uma situação preocupante pois contribui com a falha do tratamento e por ser precursor de MDR-TB (TB multidroga resistente). Frente a isso, este estudo teve como objetivo realizar a caracterização molecular de isolados monorresistentes a INH, de pacientes do estado do Rio Grande do Sul (RS). Foram utilizadas 135 amostras de DNA de Mycobacterium tuberculosis monorresistentes , provenientes de cultura do Laboratório Central do RS, da Secretaria Estadual da Saúde, realizadas a partir de escarros de pacientes atendidos no Hospital Sanatório Partenon, centro de referência do Estado no tratamento de TB resistente, no período de 2010 a 2014. Foram realizadas as técnicas de MIRU-VNTR 24loci e spoligotyping para a genotipagem das linhagens e sequenciamento dos genes kat G e inh A relacionados a resistência a INH. As famílias mais frequentes foram LAM (46,6 %) e Haarlem (24,4%), e com menos expressão as famílias X, Cameroon, Uganda I, New-1, S, EAI. A taxa de cluster foi de 0,6, sendo que o maior cluster agrupava oito isolados com genótipos idênticos pertencentes a família LAM. Um isolado foi caracterizado como M. bovis por MIRU-VNTR e outros quatro isolados não puderam ser genotipados por apresentarem múltiplos alelos amplificados para um mesmo marcador, caracterizando infecção mista. Em relação as mutações, 43 isolados (31,8%) tinham mutação no códon 315 do gene kat G e 22 isolados (16,3%) no nucleotídeo -15 no gene inh A. Outro isolado apresentou uma mutação no gene kat G em uma posição distante do códon 315, sendo encaminhado para sequenciamento de genoma total para maiores esclarecimentos. Apesar de serem caracterizados fenotipicamente como monorresistentes, 60 isolados não apresentaram mutações em kat G ou inh A, indicando envolvimento de outros genes ou mecanismos intrínsecos de resistência, demonstrando a necessidade de estudos para melhor compreensão desses mecanismos. Além disso, nove isolados monorresistentes tornaram-se MDR no decorrer do tempo, desses apenas dois isolados não apresentaram mutação no gene kat G mas eram mutadas em inh A. A resistência a INH é a mais frequente no mundo e o seu controle contribui para a prevenção de casos MDR. Sendo assim, esses dados auxiliam na compreensão da distribuição da TB resistente no estado, contribuindo para as medidas de controle da doença na região e país.



Palavras-chaves:  Genotipagem, Monorressitência, Tuberculose