DETECÇÃO MOLECULAR DE ROTAVÍRUS A EM QUIRÓPTEROS E MURÍDEOS NO MUNICÍPIO DE VISEU-PA
LAILA GRAZIELA DA SILVA RIBEIRO1, JOSÉ WANDILSON BARBOZA DUARTE JÚNIOR 1, ELAINE HELLEN NUNES CHAGAS1, DIEGO PEREIRA1, KAROLINE LIRA DE SOUZA1, EDVALDO TAVARES DA PENHA JÚNIOR1, BRUNO DE CÁSSIO VELOSO DE BARROS1, JOANA D’ARC PEREIRA MASCARENHAS1
1. IEC - Instituto Evandro Chagas
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A gastrenterite aguda é a maior causa de morbimortalidade causada por rotavírus (RV), tanto em crianças menores de 5 anos quanto em animais jovens. Estudos demonstram que diferentes espécies de animais são infectadas por RV, evidenciando seu potencial zoonótico e aumento da sua diversidade genética. Os RV pertencem à família Reoviridae , gênero Rotavirus , possuem 11 segmentos de RNA de dupla fita e são classificados em nove grupos (A-I), sendo que os RVA são os mais prevalentes entre os mamíferos. O presente estudo visou detectar RVA por meio da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase Precedida de Transcrição Reversa em Tempo Real (RT-qPCR) em quirópteros e murídeos, oriundos do município de Viseu, Pará. Foram coletadas um total de 100 amostras fecais provenientes de quirópteros (n=50) e de roedores (n=50) no período compreendido entre setembro de 2014 a março de 2015. Foram preparadas suspensões fecais a 10% em tampão Tris-Ca ++ 0,01M pH 7,2, seguido da extração do ácido nucléico viral com TRIzol ® em laboratório em Nivel de Biossegurança 3 (NB3) e submetidas à EGPA e RT-qPCR, utilizando iniciadores e sonda TaqMan ® de acordo com a metodologia empregada por Zeng. Todas as amostras apresentaram-se negativas para à EGPA. Contudo, a RT-qPCR revelou 5 amostras positivas para RVA, sendo 4 oriundas de roedores (4/50) e 1 de quiróptero (1/50) com o Cycle threshol (CT) de 38.3, 39.32, 39.39,39.24, respectivamente e 1 de quirópteros (1/50) com o CT de 39.47. Embora não se tenha detectado os RVA pela EGPA, no presente estudo foi possível sua detecção por meio da RT-qPCR, tanto em roedores ( Desmodus rotundus ) quanto em quirópteros ( Carollia perspicillata) , demonstrando a dispersão viral dos RVA em mamíferos voadores e não voadores utilizando o gene NSP3, revelando-se ainda, ser uma técnica altamente sensível e específica na detecção de diferentes espécies de animais e amostras com baixos títulos virais. Contudo, faz-se necessários estudos que possam avaliar o grau de proximidade entre essas espécies, bem como o potencial zoonótico destes animais silvestres como possíveis reservatórios em áreas fragmentadas na região Amazônica.



Palavras-chaves:  Morcegos, roedores, rotavírus A