DETECÇÃO MOLECULAR DE ROTAVÍRUS A EM QUIRÓPTEROS E MURÍDEOS NO MUNICÍPIO DE VISEU-PA |
A gastrenterite aguda é a maior causa de morbimortalidade causada por rotavírus (RV), tanto em crianças menores de 5 anos quanto em animais jovens. Estudos demonstram que diferentes espécies de animais são infectadas por RV, evidenciando seu potencial zoonótico e aumento da sua diversidade genética. Os RV pertencem à família Reoviridae , gênero Rotavirus , possuem 11 segmentos de RNA de dupla fita e são classificados em nove grupos (A-I), sendo que os RVA são os mais prevalentes entre os mamíferos. O presente estudo visou detectar RVA por meio da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase Precedida de Transcrição Reversa em Tempo Real (RT-qPCR) em quirópteros e murídeos, oriundos do município de Viseu, Pará. Foram coletadas um total de 100 amostras fecais provenientes de quirópteros (n=50) e de roedores (n=50) no período compreendido entre setembro de 2014 a março de 2015. Foram preparadas suspensões fecais a 10% em tampão Tris-Ca ++ 0,01M pH 7,2, seguido da extração do ácido nucléico viral com TRIzol ® em laboratório em Nivel de Biossegurança 3 (NB3) e submetidas à EGPA e RT-qPCR, utilizando iniciadores e sonda TaqMan ® de acordo com a metodologia empregada por Zeng. Todas as amostras apresentaram-se negativas para à EGPA. Contudo, a RT-qPCR revelou 5 amostras positivas para RVA, sendo 4 oriundas de roedores (4/50) e 1 de quiróptero (1/50) com o Cycle threshol (CT) de 38.3, 39.32, 39.39,39.24, respectivamente e 1 de quirópteros (1/50) com o CT de 39.47. Embora não se tenha detectado os RVA pela EGPA, no presente estudo foi possível sua detecção por meio da RT-qPCR, tanto em roedores ( Desmodus rotundus ) quanto em quirópteros ( Carollia perspicillata) , demonstrando a dispersão viral dos RVA em mamíferos voadores e não voadores utilizando o gene NSP3, revelando-se ainda, ser uma técnica altamente sensível e específica na detecção de diferentes espécies de animais e amostras com baixos títulos virais. Contudo, faz-se necessários estudos que possam avaliar o grau de proximidade entre essas espécies, bem como o potencial zoonótico destes animais silvestres como possíveis reservatórios em áreas fragmentadas na região Amazônica. |