PESQUISA DE ROTAVÍRUS A EM ANIMAIS SILVESTRES DIARREICOS DO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFPA
JOSÉ WANDILSON BARBOZA DUARTE JÚNIOR 1, DIEGO PEREIRA1, HANNA GABRIELA DA SILVA OLIVEIRA1, CINTHIA TÁVORA DE ALBUQUERQUE LOPES1, SHEYLA FARHAYLDES SOUZA DOMINGUES1, FELIPE MASIERO SALVARANI1, EDVALDO TAVARES DA PENHA JÚNIOR1, JOANA D’ARC PEREIRA MASCARENHAS1, LUANA DA SILVA SOARES1
1. IEC - Instituto Evandro Chagas, 2. UFPA - Universidade Federal do Pará
juniorduarte.tk@hotmail.com

Os rotavírus A (RVA) possuem grande importância na saúde pública mundial, principalmente nos países em desenvolvimento, devido ocasionar diarreia aguda e desidratação em seres humanos e em animais jovens. Os rotavírus (RV) pertencem à família Reoviridae , gênero Rotavirus e possuem 11 segmentos de RNA de fita dupla. Atualmente existem nove espécies (RVA-RVI), sendo que os RVA já foram encontrados em todas as espécies de seres vertebrados. Tendo em vista que animais excretam baixa carga viral de RV, a Reação em Cadeia da Polimerase precedida de Transcrição Reversa em Tempo Real (RT-qPCR) torna-se a técnica mais adequada para a sua detecção, em função da alta sensibilidade analítica do teste, quando comparada à RT-PCR. A presente pesquisa objetivou detectar RVA em três classes de animais silvestres (aves, mamíferos e répteis), oriundos do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará (HOVET/UFPA). Foi realizado um estudo descritivo com amostras fecais diarreicas de animais silvestres, realizando a detecção de estirpes vacinais de RVA (G1-G4, G9 e P[8]). Foram coletadas no HOVET 44 amostras de animais silvestres (1 réptil, 16 aves e 27 mamíferos) no ano de 2017. Todas as amostras foram suspendidas em Tris Ca ++ e o material genético foi extraído pelo método do TRIzol ® em laboratório de biossegurança nível 3. Após extração, foi realizada a RT-qPCR para a detecção de RVA, utilizando iniciador para o gene NSP3 e sonda TaqMan ® , empregando o cycle threshold (CT) ≤40, segundo o método de Zeng et al., (2008). Dentre todas as 44 amostras testadas, 5 amostras apresentaram-se positivas para RVA, oriundas de aves das espécies Turdus rufiventris , Turdus sp. , Serinus canarius , Sporophila angolensis e Heterospizias meridionalis , possuindo o CT de 39.1, 34.8, 38.2, 38.5 e 38.5, respectivamente. Apesar de não haver muitos dados epidemiológicos sobre a circulação de RVA em aves, sabe-se que as aves silvestres são reservatório para diversos patógenos zoonóticos de importância em saúde pública e veterinária e devido a sua habilidade de voar, podem atuar na dispersão de RVA, associado à estreita proximidade aos seres humanos. Além disso, os RVA não se replicam muito bem em intestinos de aves, ocasionando a baixa excreção viral, justificando os elevados CT detectados. Contudo, estudos continuados são de suma importância para uma melhor compreensão da transmissão de RVA entre seres humanos e animais, bem como os riscos e prejuízos que este agente pode causar na saúde pública.



Palavras-chaves:  Animais silvestres, Rotavírus A, RT-qPCR