PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM PACIENTES COM TUBERCULOSE E DISTÚRBIO DO METABOLISMO DE GLICOSE NO PERU
MARÍA BELEN ARRIAGA GUTIÉRREZ2,3,4, DALICXA GARCIA PASCO2,3,4, KATTYA LÓPEZ TAMARA2,3,4, NADIA NILDA BARREDA PONCE2,3,4, LEONID LECCA2,3,4, ROGER CALDERON2,3,4
1. SES PERU - Socios en Salud Sucursal Peru, 2. FM- UFBA - Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia, Bahia, Brasil, 3. IGM FIOCRUZ BAHIA - Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Gonçalo Cruz, 4. IBIT BAHIA - Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose , 5. FM-UFRJ - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Introdução: Evidências atuais sugerem que há uma associação entre a depressão e tuberculose (TB) levando a uma menor adesão ao tratamento e ao aumento da mortalidade. No entanto, a influência do distúrbio do metabolismo de glicose (DMG) nessa comorbidade tem sido pouco estudada. Objetivo: Avaliar a associação entre depressão e TB em uma coorte de pacientes com TB e DMG dos centros de saúde de atenção primária no norte de Lima, Peru.

Método: Um estudo prospectivo em pacientes com TB e DMG e os seus contatos domiciliares (CD) iniciou em fevereiro 2017. Os pacientes com DMG foram diagnosticados segundo as definições da American Diabetes Association. Para o diagnóstico de depressão foi usado o questionário PHQ-9 em 272 dos 277 participantes do estudo. Avaliamos com o teste do χ² (p<0,05) fatores sociodemográficos e clínicos relacionados à depressão-TB em pacientes com DMG. Resultados: A prevalência de depressão foi de 36% (IC95%: 30% - 42%) entre os pacientes com TB e de 20% (IC95%: 16%- 25%) entre os CD. A DMG foi encontrada em 40% dos pacientes com TB e depressão, enquanto a DMG nos CD com depressão foi de apenas 16% (p = 0,03). Por outro lado, 10% e 31% dos pacientes com TB-DMG apresentaram depressão maior e menor, respectivamente; versus 2% e 14% dos contatos com DMG (p = 0,02). Encontramos diferenças significativas na gravidade da depressão em pacientes com TB-DMG versus contatos afetados com DMG (p = 0,01). Além disso, os casos de TB-DMG apresentam graus de maior intensidade de depressão (moderadamente grave e grave) que os CD com DMG (leve e moderado). Discussão: É possível que a coexistência da depressão, TB e DMG influencie umas às outras e provoquem exacerbação que altere o curso clínico. Conclusões: Altas taxas de depressão foram encontradas em pacientes com TB e os seus CD. A depressão foi associada a DMG em pacientes com TB. Recomendamos um diagnóstico oportuno e controle da depressão em todos os pacientes com TB para melhorar os resultados do tratamento



Palavras-chaves:  depressão, distúrbio do metabolismo de glicose, tuberculose