ANÁLISE DE SÉRIE TEMPORAL DAS ALTERAÇÕES DE HEMOGRAMAS NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES COM DENGUE CONFIRMADA EM MACEIÓ/AL
YSES WESTTERLLANY TRINDADE LUCAS 1, ANA CARLA EUGENIO LIMA1, JOSÉ JACKSON ARAÚJO DA SILVA1, JESUALDO FERREIRA VASCONCELOS JÚNIOR1, THAYNA MARIA DA SILVA TORRES1, THIAGO PINA GÓES DE ARAÚJO1, ANA RACHEL VASCONCELOS DE LIMA1, ALESSANDRA ABEL BORGES1
1. LAPEVI / ICBS / UFAL - Laboratório de Pesquisas em Virologia e Imunologia / Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde / Universidade Federal de Alagoas
ysestrindade.bio@gmail.com

A dengue é uma arbovirose transmitida por mosquitos do gênero Aedes , causando doença com intensidade variável em seres humanos e que se tornou endêmica na região Nordeste do Brasil. Em Alagoas, entre os anos de 2013 a 2016, foi realizado um grande estudo epidemiológico com pacientes que se apresentavam no Pronto Atendimento de um hospital público de Maceió com suspeita de dengue aguda, dos quais coletou-se dados de exames complementares e amostras sanguíneas para execução de teste diagnóstico para infecção por vírus Dengue (DENV). O presente estudo montou uma série temporal de exames sequenciais de hemograma realizados nos indivíduos com dengue, com a finalidade de analisar a cinética das alterações diárias dos parâmetros desse exame no acompanhamento dos pacientes durante a fase aguda da doença. Dos pacientes que foram confirmados com a infecção por DENV por meio da detecção do genoma viral, foram selecionados 28 indivíduos para construção da série temporal para análise pareada dia a dia dos seguintes parâmetros: contagem total de plaquetas, de leucócitos, e de linfócitos e a contagem diferencial de neutrófilos. Somente pacientes com mais de um hemograma realizados em diferentes dias de doença foram incluídos na análise, sendo os parâmetros de cada paciente analisados pelo teste t pareado de Wilcoxon. Os exames, realizados desde o primeiro dia de doença até o décimo, foram agrupados conforme o respectivo dia de doença para análise, e os grupos que tiveram maior número foram aqueles cujos exames foram realizados do quarto ao sétimo dia de doença. Nas comparações entre 4º e 5º dia, 5º e 6º dia, e 6º e 7º dias de doença, foram significativamente diferentes (p<0,05) somente as comparações realizadas entre o 5º e o 6º dia de doença para todos os parâmetros analisados. A maioria dos casos (70%) foram classificados como dengue sem complicações, 20% com complicações e 10% como dengue grave. As alterações de cada parâmetro observadas no sexto dia de doença mostram retorno ao estado basal destes analitos e sugerem que a recuperação do paciente e o retorno da homeostasia das células sanguíneas ocorre principalmente por volta do sexto dia de doença, independentemente da gravidade da doença.

Agência de fomento: Ministério da Saúde/CNPq/SESAU-AL/FAPEAL



Palavras-chaves:  dengue, hemograma, série temporal