VIOLÊNCIA CONTRA ADOLESCENTES EM PERNAMBUCO E O ENFRENTAMENTO DO SETOR SAÚDE |
Introdução: As principais causas de morbimortalidade na adolescência estão relacionadas aos agravos por causas externas. No Brasil, tem-se apresentado elevado aumento no uso das armas de fogo nas mortes de adolescentes e jovens do nordeste, com estreita associação às disparidades sociais, além do uso de álcool e outras drogas. Objetivo: Identificar municípios com maiores índices de violência que foram provocadas por arma de fogo contra adolescentes e as implicações para o setor saúde. Desenho do Estudo: Trata-se de um estudo ecológico. Métodos: O estudo apresenta os casos de violência contra adolescentes dos 10 aos 19 anos de idade, provocados por arma de fogo no Estado de Pernambuco. O perfil epidemiológico do agravo foi traçado a partir do espaço geográfico. Utilizaram-se registros de notificação dos casos contidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2009 a 2015 e bases cartográficas municipais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os métodos geoestatísticos foram aplicados no programa TerraView versão 4.2.2. Resultados: Os mapas temáticos evidenciam a distribuição dos casos apresentando maiores taxas do agravo nos municípios de Olinda, Caruaru e Recife, territórios urbanos com elevado fluxo migratório. Discussão: Observa-se um aumento da morbimortalidade por causas externas. É importante ressaltar os prejuízos pelo uso da rede de saúde como o transporte até o hospital referência em trauma e os demais passos que assistem ao tratamento da vítima como procedimentos cirúrgicos, internamentos prolongados, fornecimento de órteses e próteses, além de acompanhamento com profissionais. Conclusão: A identificação dos municípios com maiores índices de violência por arma de fogo viabilizou a definição de territórios prioritários que merecem atenção dos gestores estaduais e federais para o fortalecimento da rede de apoio, considerando as implicações deste agravo para as vítimas e o sistema de saúde. É imprescindível reconhecer as demandas territoriais, a fim de oportunizar uma rede de enfrentamento. |