PERFIL PEDIÁTRICO DE ACIDENTE POR ANIMAIS PEÇONHENTOS ATENDIDOS EM HOSPITAL DE EMERGÊNCIA
RENATA LAÍS DA SILVA NASCIMENTO MAIA1, ANTÔNIO JOSÉ LIMA DE ARAUJO JUNIOR1, LUCIENE MIRANDA DE ANDRADE1, ANA CLAUDIA FEITOSA LIMA1, ANA RAVENNA SALES SOARES1, ANTÔNIO SALVANDI DE OLIVEIRA JÚNIOR1
1. ESP/CE - Escola de Saúde Pública do Ceará, 2. HSJ - Hospital São José de Doenças Infecciosas
RENATASNMAIA@GMAIL.COM

Os acidentes por animais peçonhentos são considerados um problema de saúde importante em países tropicais, tais como o Brasil, onde sua ocorrência geralmente causa morbimortalidade das vítimas. Segundo Boletim Epidemiológico (2016), no Estado do Ceará a concentração de casos encontra-se na população adulta, entre 20 e 49 anos, somando cerca de 50% do total de casos, enquanto a população entre 0 e 19 anos somam cerca de 30% dos casos. Esta última destaca-se, uma vez que a gravidade dos acidentes em crianças é maior devido a maior concentração do veneno por área corporal e a capacidade imunológica do paciente pediátrico. Portanto, objetiva-se através deste trabalho descrever o perfil dos pacientes com idade entre 0 e 19 anos vítimas de acidentes por animais peçonhentos residentes em Fortaleza-Ceará atendidos em um hospital de emergência. Trata-se de estudo transversal, epidemiológico e descritivo da ocorrência e características dos casos atendidos no ano de 2016. Os dados foram extraídos do banco de dados do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do referido estabelecimento de saúde. Posteriormente, os dados foram tabulados por meio do software Microsoft Excel . A análise foi realizada por meio de frequência absoluta e relativa. O hospital registrou o total de 608 casos em 2016, apresentando uma amostra majoritariamente feminina (339 - 55,9%), a maior incidência de casos ocorreu em indivíduos entre 15 e 19 anos (218 - 35,9%). Destaca-se que as crianças menores de cinco anos constituem o grupo mais vulnerável em relação à gravidade e às complicações sistêmicas (110 - 18,1%). Quanto ao período dos acidentes, o segundo semestre do ano apresentou o maior número de casos (313 - 51,6%), sendo setembro o mês com o maior número de registros (62 - 10,2% do total). Referente à situação clínica, o escorpionismo se revelou como injúria principal somando (578 - 95,2%). As extremidades são as áreas do corpo mais frequentemente atingidas, sendo a mão (125 - 20,7%), o pé (192 - 31,6%). Quanto à utilização do soro antiescorpiônico, uma parcela muito pequena dos casos necessitou desta intervenção (603 - 99,3%). Conclui-se que a notificação bem como resolução dos acidentes por animais peçonhentos tem sido efetiva. Sugerem-se estudos voltados a prevenção primária com ações intersetoriais.



Palavras-chaves:  Pediatria, Emergência, Animais peçonhentos