PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORBIDADE HOSPITALAR POR ESQUISTOSSOMOSE NO ESTADO DO PIAUÍ
LUCAS CORREIA CARDOSO 1, FRANCISCA RAYLLANA LIMA DOS SANTOS1, ANA BEATRIZ RUFINO DOS SANTOS1, ALYNA SILVA SORIANO WALTER1, WILLIAM PAULO GOMES DE BRITO1, VITÓRIA MARIA SOUSA PAIXÃO1, JAILSON ALBERTO RODRIGUES1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
lucas.cardoso2019@gmail.com

A esquistossomose mansônica é ocasionada por vermes do gênero Schistosoma , tendo como hospedeiro intermediário o caramujo do gênero Biomphalaria encontrado em água doce. Oriunda dos continentes africano e asiático, disseminou-se por meio do tráfico de escravos no continente americano. Das seis espécies existentes, somente a S. mansoni prevaleceu no Brasil, difundindo-se para a população menos favorecida no que diz respeito ao saneamento básico. Após sua inserção no território brasileiro, devido grande quantidade de recursos hídricos existentes, houve sua propagação nas regiões Nordeste e Sudeste, acometendo milhões de pessoas. Assim, o objetivo desta pesquisa foi levantar dados acerca da morbidade em nível hospitalar por esquistossomose no estado do Piauí. Trata-se de um estudo de desenho transversal, com abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário de estudo foi o estado do Piauí, que possui área de 251. 611,929 km², densidade populacional de 12,40 habitantes/km², com população de 3.219.257 pessoas. O estado possui 224 municípios, sendo sua capital Teresina. Os dados foram obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH). As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, cor/raça, mês, ano e municípios; do ano de 2008 a 2017. Em toda a série analisada, o Piauí teve 13 internações hospitalares por esquistossomose, sendo nove (69,2%) em Teresina e quatro (30,8%) em Picos. Quanto ao sexo, seis (46,2%) eram homens e sete (53,8%), mulheres. Em relação ao grupo etário, houve internações de seis crianças (46,2%), um adolescente (7,6%), quatro adultos (30,8%) e dois idosos (15,4%). Para a variável raça, tiveram internações em pessoas pardas (n=6; 46,2%), branca (n=1; 7,6%) e, ainda, sem informação (n=6; 46,2%). Relacionando com outro estudo, o Piauí teve menos internações por esquistossomose, se comparadas com as 3.342 em Pernambuco, no período de 1992 a 2000. A tendência nacional, desde a década de 1990, é de diminuição da morbidade hospitalar por esquistossomose no Brasil. Conclui-se que o perfil epidemiológico da morbidade hospitalar por esquistossomose no Piauí é de homens, pardos e em idade infantil.



Palavras-chaves:  Esquistossomose, Hospitalização, Morbidade.