POPULAÇÕES DE TRIATOMA BRASILIENSIS BRASILIENSIS NEIVA, 1911 ANALISADAS ATRAVÉS DA MORFOMETRIA GEOMÉTRICA, EM ESCALA TEMPORAL.
LETÍCIA PASCHOALETTO DIAS 1, VANESSA LIMA NEIVA1, CAROLINA DALE BRANCO COUTINHO1, JANE MARGARET COSTA FRONTIN WERNECK 1
1. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz
leticia.paschoaletto@gmail.com

Triatoma brasiliensis brasiliensis Neiva, 1911 é um dos vetores mais importantes de doença de Chagas nas regiões semiáridas do Nordeste do Brasil (Costa et al ., 2014). O risco imposto por T. b. brasiliensis às populações humanas, em função das constantes invasões e/ou colonizações dos domicílios, leva a necessidade de um constante monitoramento e também da manutenção de medidas de efetivas de controle, bem como pesquisas abordando aspectos ecológicos sobre o referido vetor. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo verificar possíveis mudanças fenotípicas em espécimes de T. b. brasiliensis coletados em diferentes estados do nordeste do Brasil, em escala temporal com alcance inédito de mais de 100 anos. Exemplares de T. b. brasiliensis de várias procedências foram utilizados para esta análise:  Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (CEIOC), Coleção de Triatomíneos do Instituto Oswaldo Cruz (CTIOC) e insetos coletados no campo mais recentemente. Foi possível incluir na base de dados o registro do exemplar-tipo que data de 1911.   Os insetos utilizados foram agrupados a cada 10 anos, o que culminou na formação de 10 grupos para o estudo, compreendendo espécimes de 1911 a 2014. Para as análises morfométricas foram determinados pontos anatômicos de referência nas asas dos insetos que, posteriormente, foram analisadas pelos programas TPS e JMP (Sas Institute, 1995). Os resultados das análises, evidenciaram que uma mudança fenotípica pode estar ocorrendo em escala temporal em populações de T. b. brasiliensis, com a evidente separação de um dos grupos estudados no mapa fatorial que incluía ambos os sexos. Uma segunda análise foi realizada inserindo espécimes de Triatoma infestans (Klug, 1834) como um grupo externo. As análises realizadas indicam que alterações no fenótipo alar ocorreram apenas mais recentemente (2014) e assim, pressões ambientais, inclusive a ação de inseticidas, não devem ter influenciado na diferenciação de populações dessa espécie durante um século. As análises ainda estão em andamento e serão complementadas com maior número de exemplares.



Palavras-chaves:  Conformação alar, Doença de Chagas, Morfologia, Vetores