ANCILOSTOMÍDEOS E SUA RELAÇÃO COM A SÍNDROME DA LARVA MIGRANS CUTÂNEA
CLAYZIANE LINO ARAÚJO ARÊA LEÃO 1, NAELSON RAILSON DE SOUSA GOMES1, FELIPE SOARES MAGALHÃES1, MATHEUS LUIGGI FREITAS BARBOSA1, LUANNA SOARES DE MELO EVANGELISTA1
1. UFPI - Graduandos em Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agrárias, Universidade de Federal do Piauí, 2. UFPI - Profª Drª Departamento de Parasitologia e Microbiologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade de Federal do Piauí
clayziane_leao@hotmail.com

A síndrome da Larva Migrans Cutânea (LMC), também denominada de ´´Bicho geográfico``, é uma dermatite parasitária serpiginosa provocada pela migração errática de larvas de ancilostomídeos na pele e/ou mucosa do homem. É uma doença registrada em diversos países de clima tropical e subtropical, sendo mais frequente nas regiões litorâneas. No Brasil, Ancylostoma caninum e A. braziliense constituem as principais espécies de helmintos envolvidos nesta síndrome. É uma das mais importantes zoonoses, que apesar de ser negligenciada, afeta com frequência humanos que circulam em locais habitados ou frequentados por cães e gatos errantes. Este trabalho objetivou revisar os principais aspectos epidemiológicos, as formas de transmissão e os sinais clínicos da síndrome da LMC em humanos. O trabalho foi organizado por estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, durante o mês de abril de 2018, onde foi realizada pesquisa bibliográfica em artigos científicos retirados de plataformas como Scielo, Pubmed e Science Direct. Foram analisados 5 artigos com publicações datadas de 2012 a 2017. De acordo com a literatura consultada, observou-se que a síndrome da LMC constitui uma doença de grande importância para a saúde pública, sobretudo por seu caráter zoonótico. Solos úmidos e sombreados são os ambientes mais comuns para a transmissão da doença, onde na liberação de ovos dos parasitos pelas fezes de cães de gatos, as larvas já eclodidas se tornam infectantes (estágio de L3) em um ciclo de 7 dias. Os sítios anatômicos mais frequentemente observados em humanos parasitados são áreas expostas do corpo como pés, tornozelos, pernas, nádegas, mãos e tórax, provocando erupções salientes e tortuosas na pele, com eritema e pápulas, geralmente muito pruriginosa. Embora não haja predileção quanto a raça, sexo ou idade do indivíduo, seu potencial zoonótico é maior em crianças, uma vez que são mais expostas por brincarem descalças em areia de locais que podem estar contaminados, como praias e parques de recreação e lazer. Portanto, é de fundamental importância a conscientização da população quanto ao uso de calçados apropriados em solos de espaços públicos abertos, para evitar o contato com as larvas destes helmintos, possivelmente oriundas de animais errantes que transitam por estes locais.



Palavras-chaves:  Ancylostoma sp., bicho geográfico, zoonose