POSITIVIDADE DA ESQUISTOSSOMOSE ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO COLETIVO EM PERNAMBUCO, 2011-2014.
FLÁVIA SILVESTRE OUTTES WANDERLEY 1, JOSÉ ALEXANDRE MENEZES DA SILVA1, ANA VIRGINIA BARRETO1, JOSE DE HOLANDA NETO1, MARCELA DE BRITO ABATH1, ULISSES RAMOS MONTARROYOS1
1. SES-PE - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 2. UNL-PT - UNIVERSIDADE DE LISBOA, 3. FIOCRUZ-PE - FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ, 4. UPE - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
VINHA.OUTTES@GMAIL.COM

INTRODUÇÃO : A dinâmica de transmissão da esquistossomose é focal e determinada essencialmente pelas condições inadequadas de saneamento básico. Em Pernambuco, cerca de 70% das pessoas infectadas pelo Schistosoma mansoni ( S.m ) residem em 118 localidades em 30 municípios, com 150 mil residentes em 2011. Desta forma, o Programa Sanar definiu o Tratamento Coletivo (TC) como uma das estratégias, visando obter redução do número de pessoas infectadas em curto prazo, selecionando localidades com o Índice de Positividade (IP) ≥ 10%, dialogando com a população e realizando o tratamento com praziquantel em todos os residentes elegíveis durante três anos consecutivos. OBJETIVO : Comparar o IP da infecção por S.m antes e depois do TC. DESENHO DO ESTUDO : Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo do tipo ecológico. METODOLOGIA: Foram investigadas as 118 localidades com o IP ≥10%, distribuídas em 30 municípios, antes do TC no ano de 2011 e depois do TC, em 2014. A fonte dos dados foi o Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose- SISPCE da base da SES-PE. Foi aplicado teste estatístico T-Student para comparação das positividades antes e depois. RESULTADOS: As localidades que realizaram três rodadas (25/118) reduziram a positividade em 81,7% e, as que realizaram duas rodadas (69/118) apresentaram uma redução de 80,2% no IP (p<0,001). As áreas que atingiram a cobertura de tratamento > 75% apresentaram melhor resultado (85/118) apresentando uma redução em 81,5% depois da tomada da medicação. Quanto à mudança da positividade, 85% das localidades apresentaram variação após o TC; 61% mostraram IP abaixo de 5% ao final de três anos (p=0,036). DISCUSSÃO : O êxito do TC tem se aplicado em todo mundo como estratégia de controle da esquistossomose, causando impacto na redução do IP. Este estudo mostrou que o TC nas 118 localidades de PE foi significativa para a redução do IP para S.m . O número de rodadas de tratamento pode ter influenciado para a redução do IP, considerando que as localidades com pelo menos 02 rodadas e coberturas acima de 75% apresentaram redução significativa do IP. CONCLUSÃO: O TC adotado em Pernambuco demonstrou significância como estratégia de impacto na redução do IP para S.m , contudo para que essa redução se mantenha sustentável, é necessário intervenções que propicie melhorias das condições de saneamento básico além da manutenção das ações de vigilância e educação em saúde na rotina do Programa de Controle da Esquistossomose.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Esquistossomose, Quimioprofilaxia