PROTEÍNA QUIMÉRICA DESENVOLVIDA COMO ALVO VACINAL PARA DOENÇAS CAUSADAS POR TRIPANOSSOMATÍDEOS |
A Família Trypanosomatidae, formada por organismos eucariotos unicelulares, é de grande interesse médico e econômico, já que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo estão infectadas por esses protozoários. Nesta família estão incluídos os gêneros Leishmania e Trypanosoma, os quais são responsáveis pelas leishmanioses tegumentar e visceral e pela doença de Chagas, respectivamente. Esses parasitas são transmitidos aos mamíferos através da picada do inseto vetor, como Lutzomia e triatomíneos, respectivamente. Juntas, essas doenças geram a perda de aproximadamente 4,27 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) devido aos sintomas causados pelo parasitismo. Atualmente, o controle dessas doenças se baseia principalmente no tratamento do paciente e na eliminação do inseto vetor. Os tratamentos para essas doenças são realizados por um conjunto limitado de medicamentos e com características insatisfatórias devido à potencial toxicidade, alto custo, eficácia variável, ocorrência frequente de cepas resistentes e a eliminação dos vetores é praticamente impossível. Além disso, não há vacina humana disponível para proteger contra essas doenças e o número de indivíduos infectados continua a se expandir. Assim, no presente trabalho propomos o desenvolvimento e uso de uma molécula quimérica formada pela fusão de seqüências de DNA que codificam com regiões imunogênicas e conservadas nos diferentes parasitas (Leishmania e Trypanosoma), mas ausente nas espécies hospedeiras. A expressão heteróloga de uma proteína quimérica compreendendo 66 péptidos diferentes foi produzida num sistema de expressão bacteriana, seguido de purificação proteica para subsequente utilização na imunização de camundongos Balb / c. Após 3 doses, administradas a cada 15 dias, os animais foram desafiados por L. infantum, L. mexicana ou T. cruzi Y. Até o momento, detectamos a redução significativa em 68% da carga parasitária em animais desafiados com T. cruzi, em relação ao grupo controle. Também encontramos uma redução de 86% na carga parasitária no fígado do grupo vacinado, desafiado com L. infantum, comparado ao grupo controle. Outros resultados estão sendo processados. Os resultados preliminares demonstram o uso promissor de uma vacina multivalente contra a infecção causada por tripanossomatídeos. |