POSITIVIDADE DE TESTES PARA SÍFILIS EM AMOSTRAS POSITIVAS PARA HIV EM LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA DE MATO GROSSO DO SUL
ELISÂNGELA FREITAS MENDONÇA 1, MAGNO MELO FREITAS1, MARINA CASTILHOS S U ZARDIN1, SUZANA TERUYA HIANE1, SOLANGE LATRONICO DOMINGOS1, LUIZ HENRIQUE FERRAZ DEMARCHI1, GISLENE CASTRO LICHS1, ANAMARIA MELLO MIRANDA PANIAGO1
1. LACEN - LABORATÓRIO CENTRAL DE MATO GROSSO DO SUL, 2. UFMS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
efmendonca@yahoo.com.br

A sífilis em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) aumenta o risco de transmissão do HIV e de complicações clínicas, por este motivo recomenda-se a investigação rotineira de infecção pelo HIV em todos os casos de sífilis e de sífilis em todos os casos de HIV. Para estimar a frequência de positividade de testes para sífilis em amostras positivas para HIV em Mato Grosso do Sul, foi realizado um estudo transversal, baseado em registros do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) do Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (LACEN/MS), do ano de 2017. Foram incluídas todas as amostras que apresentaram Imunoblot Reagente/Indeterminado para HIV e que foram realizadas exames de sífilis por requisição médica. Dados de resultados de teste de eletroquimioluminescência (EQL) para sífilis, VDRL, sexo, idade e município de procedência da amostra foram coletados.   No LACEN/MS foram analisadas, em 2017, 10.012 amostras para HIV e 3.844 para sífilis. Foram incluídos 83 participantes, 42 (56,6%) eram mulheres e 41 (49,4%) eram homens, com idade variando de 13 a 75 anos e média de 35,9 (±14,2) anos. Apenas 15 (18,1%) eram procedentes da capital do estado (Campo Grande). Observou-se uma taxa de prevalência de 44,6% (37/83) de testes positivos para sífilis (EQL ou VDRL). O VDRL foi positivo em 19,3% (16/83) pacientes, e a titulação variou de 1:1 a 1:512,   com uma mediana de 1:8 (IQR 1:2- 1;16). Considerando apenas os HIV positivos, a prevalência de teste positivo para sífilis foi de 46,0% (29/63), enquanto entre os HIV indeterminados a prevalência de teste positivo para sífilis foi de 40,0% (8/20) (p>0,05). Não foram observadas associações entre sexo e idade e positividade para sífilis, no entanto amostras provenientes de Campo Grande apresentaram chances 4,4 vezes maiores de resultarem positivas (OR=4,4 IC95% 1,3 - 15,4) quando comparadas com as do interior do Estado. O pequeno número de solicitações médicas de ambos os testes concomitantes, e, ainda, a elevada prevalência de testes positivos para sífilis podem significar uma situação de negligenciamento da sífilis. Cabe considerar que em 2017 as unidades básicas e as maternidades de Campo Grande disponibilizavam testes rápidos para sífilis e HIV, de modo descentralizado, e que amostras encaminhadas ao LACEN podem corresponder a de pacientes sintomáticos atendidos em unidades de referência, com maior probabilidade de resultarem positivas



Palavras-chaves:  IST, sífilis, HIV