TENDÊNCIA TEMPORAL DE DIAGNÓSTICO E NOTIFICAÇÃO DA SÍFILIS EM GESTANTE NO DISTRITO SANITÁRIO IV DO RECIFE, 2015-2018
RAFAELY MARCIA SANTOS DA COSTA 1, CAMILLA VILA NOVA SOARES SILVA1, LAYS HEVÉRCIA SILVEIRA FARIAS1, ISABELA NÁJELA NASCIMENTO DA SILVA1, ISABÔ ÂNGELO BESERRA1, ANA CRISTINA RODRIGUES DE LIMA SILVA1, ROBERTA MORAIS DIAS NUNES COUTINHO1, TARCIANA DUARTE DE SOUZA MATOS1, ADRIANA ALBUQUERQUE AGUIAR1, ADRIANA CYTHA PINHO DE FRANCA1, ROBERTA GODOY LINS DE ALBUQUERQUE1, SUELY FERREIRA GOMES1, LÚCIA HELENA DE SANTANA DE SOUZA1, JOSÉ MARCOS DE JESUS SANTOS1
1. IAM/FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães- Fiocruz Pernambuco, 2. SESAU - Secretaria de Saúde do Recife, 3. UFS - Universidade Federal de Sergipe
rafaelynutri@hotmail.com

A sífilis em gestante representa importante agravo de interesse sanitário, devendo ser uma das prioridades do acompanhamento pré-natal, a fim de evitar a infecção congênita. É amplamente discutido o papel central da atenção primária no enfrentamento da sífilis em gestante, bem como a necessidade do diagnóstico e tratamento em tempo oportuno para o êxito na quebra da cadeia de transmissão vertical da doença. O presente trabalho trata-se de um estudo transversal, de caráter descritivo e tem como objetivo apresentar a tendência temporal de diagnóstico e notificação da sífilis em gestante, de acordo com o trimestre gestacional e nível de atenção à saúde, no Distrito Sanitário IV, no Recife, entre os anos de 2015 e 2018. Utilizando o programa Tab para Windows – TabWin, foram realizadas extrações de notificações referentes ao agravo, com dados completos para os anos de 2015, 2016 e 2017, e dados parciais referentes ao primeiro semestre de 2018. No que diz respeito aos diagnósticos realizados pela atenção básica e secundária, foram obtidos percentuais de 62,85%, 51,8%, 38,8% e 24,2% dos casos sendo detectados por serviços deste nível, nos anos 2015, 2016, 2017 e 2018, respectivamente. Em contrapartida, as taxas de diagnóstico realizados por maternidades e hospitais de alta complexidade foram de 37,14% no ano de 2015, 48,1% em 2016, 61,2% em 2017, chegando a 75,8% no primeiro semestre de 2018. Com relação ao trimestre gestacional de diagnóstico, observou-se distribuição similar entre os anos de 2015 e 2017, com médias de aproximadamente 21% dos casos diagnosticados no primeiro trimestre, 41% no segundo trimestre, 32% no terceiro trimestre e 3% idade gestacional ignorada. Em 2018 foram notadas diferenças nessas tendências, com 1,6% de diagnósticos no primeiro trimestre de gestação, 24,2% no segundo e 69% no terceiro trimestre. É possível observar contínuo declínio nas notificações provenientes dos níveis de atenção básica e especializada, ambientes estes que devem ser prioritários para detecção e tratamento precoce da sífilis em gestante durante o pré-natal. O aumento das notificações advindas das maternidades e hospitais de alta complexidade, associadas ao fato de grande parte destas detecções serem feitas no último trimestre gestacional, sugerem que a maioria destes diagnósticos vêm sendo realizados no período perinatal, eliminando as chances de tratamento apropriado no período gravídico e consequente prevenção da sífilis congênita.



Palavras-chaves:  Doenças sexualmente transmissíveis, gestante, sífilis congênita, transmissão vertical