PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NO NORDESTE BRASILEIRO
DANIELLE DE ARRUDA COSTA BELTRÃO 1, DANIELA TURTON LOPES REIS1, IANA RAFAELA FERNANDES SALES1, LUIZA DE CAMPOS REIS1, LAURA TAVARES ATUNES1
1. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, 2. IMTSP/USP - Instituto de Medicina Tropical, Universidade de São Paulo
daniellea.costaupe@gmail.com

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa com evolução crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis . Tem como alvo primário os pulmões, mas pode acometer qualquer órgão. É uma doença prevalente dentre os aglomerados urbanos, sendo transmitida através das gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com TB ativa de vias respiratórias. Está inserida na agenda de prioridades das políticas públicas do Brasil desde 2003 e, apesar de ser potencialmente prevenível e curável, é, ainda hoje, um grande problema de saúde pública no país. Estudos que demonstrem os locais de maior incidência são necessários para direcionar medidas que ajudem no diagnóstico e tratamento precoce. O presente estudo objetivou traçar o perfil epidemiológico da TB no nordeste. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e descritivo e baseou-se na análise do levantamento de dados dos casos notificados de TB pelo SINAN Net (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) nos últimos 10 anos (2007 a 2017) na região. Foram notificados 954.263 casos no país, com as regiões Norte, Sudeste e Nordeste apresentando maiores taxas de incidência, 6,05, 5,34 e 4,99 por 1000 habitantes, respectivamente. O Nordeste registrou 265.031 casos durante os 10 anos, tendo em 2017 uma diminuição de 4% referente ao número absoluto de notificações quando comparado com 2007. Os estados que contribuíram para essa redução foram Alagoas (3,6%), Bahia (18,1%), Maranhão (18,3%) e Piauí (62,4%), sendo esse último um destaque, pois demonstrou que suas políticas públicas de esclarecimento sobre a doença para a população e incentivo à busca ativa para detecção e tratamento precoce dos casos foram eficazes no alcance dos bons resultados. Já 5 estados apresentaram um crescimento na notificação dos casos de TB: Ceará (7,3%), Paraíba (14,2%), Rio Grande do Norte (23,4%) Pernambuco (24,5%) e Sergipe (44,3%). Esse aumento significativo em Sergipe pode ser explicado pelas baixas taxas de cura dos novos casos de TB, que permaneceram abaixo da meta preconizada pela OMS de 85%, assim como as altas taxas de abandono do tratamento, o que faz com que a transmissão da doença continue acontecendo. O estudo epidemiológico é importante para analisar os diferentes resultados de uma mesma região, podendo auxiliar os Estados a avaliarem suas políticas públicas para contribuir com a diminuição do número de casos e consequentemente a disseminação da doença.



Palavras-chaves:  Incidência, Política Pública, Tuberculose