PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL
DANIELA TURTON LOPES REIS1, DANIELLE DE ARRUDA COSTA BELTRÃO 1, IANA RAFAELA FERNANDES SALES1, LUIZA DE CAMPOS REIS1, LAURA TAVARES ATUNES1
1. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, 2. IMTSP/USP - Instituto de Medicina Tropical, Universidade de São Paulo
danielaturton@gmail.com

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença causada por um protozoário do gênero Leishmania , espécie Leishmania chagasi . Sua transmissão ocorre através da picada dos flebótomos ( Lutzomyia longipalpis ) e seu predomínio é em área rural, no entanto, mais recentemente vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no Brasil, tanto devido a sua alta incidência e distribuição como também pela possibilidade de assumir formas graves e letais. Quando não tratada e associada a outras comorbidades como a desnutrição e diagnóstico tardio há um aumento na letalidade por este agravo. Por esse motivo, estudos que demonstrem os locais de maior incidência se fazem necessários para que a população se conscientize e procure um centro de saúde no início das manifestações para um melhor prognóstico. O presente estudo objetivou traçar o perfil epidemiológico da LV no país. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e descritivo e baseou-se na análise do levantamento de dados dos casos notificados de Leishmaniose Visceral registrados pelo SINAN Net (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) nos últimos 10 anos (2007 a 2017) em todas as regiões do Brasil. Foram notificados 35.689 casos e 2.720 óbitos (7,62%). As regiões com maior taxa de incidência são: Norte (47,97/ 100 mil habitantes), Nordeste (30,56/ 100 mil habitantes) e Centro-oeste (24,41/ 100 mil habitantes). O Nordeste registrou 16.222 casos, com os estados de Maranhão e Pernambuco apresentando maior crescimento na notificação, 104% e 128% respectivamente. O Norte teve 7.671 casos registrados, com o Pará apresentando uma elevação de 47%. No Centro-oeste foram notificados 3.431 casos, com Goiás apresentando um aumento de 146%. O Sudeste notificou 8.279 casos, sendo que Minas Gerais apresentou um crescimento de 101%. No Sul foram notificados 86 casos, com o Paraná passando de 2 casos em 2007 para 7 em 2017 e Santa Catarina de 1 em 2007 para 4 em 2017. Esse aumento no número de casos pode estar relacionado com a urbanização da doença nesses estados, bem como na maior vigilância e notificação. Estudos epidemiológicos são extremamente necessários para o entendimento da doença e como ela está se comportando em cada região do país, na tentativa de se criar novas estratégias de controle da doença.



Palavras-chaves:  Incidência, Leishmaniose Visceral, Notificação de doenças