MORTALIDADE POR DOENÇA DE LYME NO BRASIL
LAIS CORREIA CARDOSO DA SILVA 1, JEAN RAMOS SOARES1, HEMERSON SARAIVA PAULINO1, GLENDA LYARA RIBEIRO QUEIROZ1, FRANCISCA RAYLLANA LIMA DOS SANTOS1, FELIPE ALVES LOUZEIRO1, CYNARA CRISTHINA ARAGÃO PEREIRA1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
laisccs827@gmail.com

A Doença de Lyme (DL) é transmitida pela mordedura do carrapato infectado por bactérias do gênero Borrelia . A DL ocorre nos continentes europeu (Portugal) e americano (Estados Unidos, Uruguai, Argentina e Brasil). Considerando que a DL é uma zoonose endêmica em alguns países, vê-se a importância de acompanhar a taxa de óbitos da mesma no Brasil. Dito isto, o objetivo desta pesquisa foi apresentar dados de mortalidade da DL no Brasil. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativo, descritivo e retrospectivo. Teve como cenário o Brasil, que possui 8.515.759,090 km 2 e, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, possui mais de 200.000.000 habitantes. Subdividido em cinco regiões: Sudeste, Sul, Centro-oeste, Norte e Nordeste. Os dados foram coletados no banco de dados do Ministério da Saúde (svs.aids), Painel de Monitoramento, com variáveis sexo, grupo etário, raça/cor e regiões; nos anos de 2008 a 2017. No período analisado, tiveram 15 casos de mortalidade por DL no Brasil. Não houveram óbitos nos anos de 2008, 2009 e 2014. A mortalidade variou entre um (6,8%, em 2016) e três (20,0%; em 2011 e 2015) óbitos. Considerando meses, houveram mais óbitos em janeiro (n=4; 26,7%). Já entre grupos etários, houve relevância considerável nos óbitos de pessoas entre 70 a 79 anos de idade (n=4; 26,7%). Em relação à raça, houve predomínio na branca (n=12; 80,0%). No que diz respeito ao sexo, há um leve predomínio do sexo masculino (n=8; 53,3%). Os carrapatos são o segundo maior grupo de artrópodes que mais transmitem patógenos. A DL é uma doença emergente que possui como fatores associados o reflorestamento e a urbanização. Essa doença ectoparasitária já foi descrita no Brasil, contudo seu agente etiológico, Borrelia burgdorferi, nunca foi isolado, as provas da sua existência se restringem a dados clínicos, sorológicos e epidemiológicos. Mediante o exposto, vê-se a necessidade de manter-se vigilante, ainda que o dado de mortalidade apresente baixos índices anuais, devido a facilidade de transmissão da doença e ela ser considerada uma enfermidade emergente. Com a análise desses dez anos, constatou-se que o perfil epidemiológico de mortalidade por DL no Brasil se restringe a homens da raça branca, com idade entre 70 a 79 anos. Além disso, devido a DL ser endêmica nos Estados Unidos e Europa alerta o Brasil aos cuidados profiláticos e investimentos em estudos sobre a doença.



Palavras-chaves:  Doença de Lyme, Mortalidade, Transmissão