BIOLOGIA DE Migonemyia migonei, VETOR DE Leishmania braziliensis EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
ERIC FABRÍCIO MARIALVA DOS SANTOS 1,3, ANDREZA CARVALHO DA SILVA1,3, EMANUELLE DE SOUSA FARIAS1,3, NÁGILA FRANCINETE COSTA SECUNDINO1,3, CLAUDIA MARIA RÍOS VELASQUEZ1,3, FELIPE ARLEY COSTA PESSOA1,3
1. ILMD - Instituto Leônidas & Maria Deane - Fiocruz Amazônia, 2. IRR - Instituto René Rachou – Fiocruz Minas , 3. PPGBIO-INTERAÇÃO - Programa de Pós-Graduação em Biologia da Interação Patógeno Hospedeiro
ericmarialva304@gmail.com

Migonemyia migonei é vetor de Leishmania no Brasil e apresenta ampla distribuição na América do Sul. Colônias de flebotomíneos permitem a realização de estudos sobre a biologia das espécies e suas interações com patógenos, visando fornecer ferramentas para vigilância e controle de doenças. O objetivo deste trabalho é otimizar as condições de colonização de M. migonei em condições de laboratório. Para os experimentos foram utilizadas fêmeas de 3 dias de idade e ovos provenientes da colônia de M. migonei do ILMD Fiocruz- Amazônia. Para estudar o ciclo de vida foram transferidos 150 ovos, em grupos de 30, para potes de ovipostura, foram feitas observações sobre o tempo de desenvolvimento de cada estágio até a fase adulta. Para avaliar o efeito de diferentes fontes de repasto sanguíneo sobre a fertilidade, 4 grupos de 20 fêmeas foram alimentados com sangue humano, hamster, camundongo ou pinto, 3 dias após o repasto as fêmeas foram transferidas para tubos de ovipostura individual para contagem dos ovos. Para verificar o efeito de fontes de açúcar sobre a longevidade grupos de 20 fêmeas foram alimentadas com maçã, água açucarada 10% ou água. Para avaliar a preferência pelo substrato 3 grupos de 20 fêmeas foram transferidos para postes separados contendo como substrato maçã, fezes de cavalo, fezes de coelho, serrapilheira, debris ou adultos mortos, como controles foram usados um pote com algodão com açúcar e outro pote com algodão com água. O desenvolvimento de M. migonei, desde a fase de ovo até a emergência do adulto demorou em média 62,1 dias, com o estágio de ovo durando 10,1 dias, a larva 37,5 dias e a pupa 14,5 dias. A média de ovos ovipositados foi significativamente maior em fêmeas alimentadas com sangue de Hamster (36,68, p<0,05), seguido por humano (23,28), camundongo (19,63) e pinto (12,20), não houve diferença entre sangue humano e de camundongo (p= 0,1). Fêmeas alimentadas com maçã tiveram um tempo de sobrevivência significativamente maior (10 dias, p < 0,05) do que as alimentadas com água açucarada 10% (7 dias) e água (5 dias). Não observada diferença significativa no número de ovos postos entre os diferentes substratos (p> 0,05) utilizados, também não foi observada entre os substratos e os controles. Os dados indicam que as condições que favorecem o desenvolvimento de M. migonei em condições de laboratório são: oferta de maçã como fonte de açúcar e sangue de hamster como fonte de repasto sanguíneo.



Palavras-chaves:  colônia, ciclo de vida, fertilidade, oviposição em substrato