PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MÃES COM FILHOS DIAGNOSTICADOS COM A SINDROME CONGENITA PELO VIRUS ZIKA
MÔNICA ALICE SANTOS DA SILVA 1, EVELYN MARIA BRAGA QUIRINO1, CLARISSA MOURÃO PINHO1, MARIA SANDRA ANDRADE1, SIMONE ANDRADE GONÇALVES DE OLIVEIRA1, CYNTHIA ANGÉLICA RAMOS OLIVEIRA DOURADO1, SÉRGIO BALBINO DA SILVA1
1. UPE/UEPB - Programa Associado de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba, 2. FENSG - Faculdade de Enfermagem N.Sra das Graças
monicalice20@hotmail.com

Os anos de 2015 e 2016 foram marcados pelo aumento do número de casos de microcefalia relacionada à infecção congênita pelo Vírus Zika (ZIKV) no Brasil. Sabe-se que além da infecção pelo vírus Zika, outros fatores podem influenciar o aparecimento de casos de microcefalia e má formação do sistema nervoso central (SNC) no período gestacional, tais como, fatores genéticos, ambientais, dentre eles, o uso de etanol, drogas, produtos teratogênicos, fenilcetonúria, diabetes não controlada, infecção por STORCH (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simples e HIV) sendo necessário o acompanhamento/investigação no período pré-natal. A finalidade da pesquisa foi descrever o perfil epidemiológico e clínico das mães com filhos com diagnóstico com a Síndrome congênita pelo ZIKV. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido no Núcleo de Vigilância Epidemiológica de um hospital universitário da cidade do Recife-PE, unidade de referência estadual no atendimento a crianças com microcefalia. A coleta dos dados foi realizada no mês de agosto de 2016 a partir dos formulários de notificação do FormSUS. Das 180 mães analisadas, 42 (23,33%) possuíam de 20 a 24 anos, 119 (66,11%) receberam o diagnóstico de microcefalia dos seus filhos após o nascimento e 61(33,89%) intra-útero; 150 (83,33%) tiveram seus filhos a termo. Quando perguntadas sobre os sinais e sintomas de arbovírus durante a gestação, 39 (21,67%) das mães apresentaram durante o primeiro trimestre gestacional, 50 (27,78%) apresentaram dor articular, 52 (28,89%) febre e 103 (57,22%) apresentaram exantema. Quanto aos resultados das sorologias para dengue, Zika vírus, Chikungunya, 127 (70,56%) não realizaram, 4 (2,22%) apresentaram resultado positivo para Zika vírus, 1 (0,56%) para Chikungunya. Referente à coinfecção por STORCH, apenas 2 (1,11%) dos recém-nascidos foram coinfectados por sífilis, 2 (1,11%) por citomegalovírus e 1(0,56%) por HIV. O acompanhamento da gestante durante a gravidez e o da criança após o nascimento é de suma importância. Faz-se necessário a investigação da história clínica e genética da gestante, bem como, os sinais e sintomas relacionados à infecção pelo vírus da Zika e o rastreamento para as STORCH. Também é fundamental o apoio biopsicossocial a essas gestantes, visto que, este agravo repercute de forma direta nos aspectos socioeconômicos e na qualidade de vida destas famílias.



Palavras-chaves:  Gestantes, Infecção por arbovírus, Zika vírus