ADESÃO AO TRATAMENTO EM PACIENTES COM TUBERCULOSE PULMONAR |
Diversos fatores estão associados à infecção pela tuberculose (TB), tais como imunológicos e sociais, moradia, estilo de vida, infecção pelo vírus da imunodeficiência, viver em situações de rua, ser usuário de álcool e drogas, viver privado de liberdade, crianças, idosos hospitalizados e profissionais de saúde. Observa-se que a prática cultural de automedicação é um dos fatores que contribuem para o retardo do diagnóstico, além disso, a adesão aos tuberculostáticos é outro obstáculo no tratamento da doença devido às reações adversas, o tempo de terapia prolongado e a percepção precoce de cura que acaba fragilizando a adesão e contribuindo para o abandono. A finalidade da pesquisa foi avaliar a adesão aos tuberculostáticos em pacientes com tuberculose pulmonar. Trata-se de uma série de casos, com abordagem quantitativa. O estudo foi desenvolvido em uma policlínica de referência no atendimento às pessoas com TB em Recife, Pernambuco, entre setembro e dezembro 2017. Participaram da pesquisa, 18 pessoas em tratamento, utilizando-se de um questionário sociodemográfico e clínico próprio e a escala de Morisky e Green. Encontrou-se como resultados que a maioria dos entrevistados tinha alta adesão (12; 66,7%) seguido daqueles com média adesão (6;33,3%), apresentando associação significativa apenas entre grau e estado civil (p valor= 0,054). Encontro-se em relação aos classificados como alta adesão, a predominância do sexo masculino (10; 76,9%),com faixa etária ≥ 50 (5; 83,3%), com 3 ou mais filhos (5; 83,3%), que se encontravam aposentados (4; 100%), com ≥9 anos de estudo (6; 75%), casados/divorciados (6; 100%), com domicílio próprio (4;100%), recebendo mais de 1 salário mínimo (4;100%), que não faziam uso de bebida alcoólica (11;78,6%), não consumiam tabaco (9;75%), e que faziam uso de drogas ilícitas (3; 75%). A literatura evidencia como fatores de risco para a não adesão, o baixo poder aquisitivo, desemprego, o analfabetismo e a baixa escolaridade, o uso de álcool/tabaco e outras drogas, ser do sexo masculino, solteiro, não ter domicílio próprio ou se encontrar em situação de rua, além do tratamento prolongado. Conclui-se que a adesão ao tratamento da tuberculose é multifatorial, necessitando de consolidação da rede de apoio aos doentes e fortalecimento da relação de confiança entre usuários e profissionais de saúde, além de melhorias sociais coletivas e permanentes. |