ASSOCIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR COM A FORMA CLÍNICA E ESCORES DE RISCO DE MORTE E AVE EM PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS
NICKSON MELO DE MORAIS1, BRUNA LUIZA TAVARES HERNANDES1, SUYANE MARIA PAIVA PIMENTA1, CHRISTIANE MEDEIROS BEZERRA1, GEORGES WILLENEUWE DE SOUSA OLIVEIRA1, CLEBER DE MESQUITA ANDRADE1, MICÁSSIO FERNANDES DE ANDRADE1, THALES ALLYRIO ARAÚJO DE MEDEIROS FERNANDES1
1. UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, 2. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 3. FDM - Faculdade Diocesana de Mossoró
brunalthernandes@gmail.com

A mensuração dos fluxos e dos volumes respiratórios se faz necessária para uma avaliação ampla do paciente com Doença de Chagas. No entanto, poucos trabalhos avaliam a associação desses parâmetros com a evolução clínica de pacientes chagásicos. O objetivo deste trabalho foi o de comparar a função pulmonar entre pacientes com diferentes formas clínicas e escores de risco de morte e AVE. Para isso, foram analisados 72 indivíduos chagásicos acompanhados regularmente no ambulatório de Doença de Chagas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Após prévia concordância desses indivíduos em participar do estudo, foi realizada a avaliação da função pulmonar e posteriormente foram coletadas informações a respeito da forma clínica e escores de risco de morte e AVE.  Ao final, foram feitas as comparações dos valores obtidos entre os diferentes grupos considerados. A prova de função pulmonar foi realizada através da técnica de espirometria, utilizando espirômetro digital e procedimento padronizado.  As informações a respeito das formas clínicas e escores de risco de morte e AVE foram obtidas através da análise dos prontuários dos pacientes. Os indivíduos com baixo risco de morte obtiveram valores significativamente melhores no índice de Tiffeneau (p=0,008) e os indivíduos com baixo risco de AVE apresentavam valores maiores de percentual de Capacidade Vital Forçada (p=0,026) e Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (p=0,007). Além disso, indivíduos com a forma cardíaca da doença tiveram valores piores nos percentuais de Capacidade Vital Forçada (p=0,001) e Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (p<0,001). A diminuição nos volumes e capacidades pulmonares acompanhou a deterioração clínica dos pacientes com Doença de Chagas, o que comprova discussões prévias na literatura que relacionam o maior risco de agravamento clínico com a pior função respiratória. Além disso, nossos resultados mostram que a espirometria é uma eficaz ferramenta analítica e apresenta boa associação com as formas clínicas e escores de risco de morte e AVE em pacientes com doença de Chagas. Os fluxos e volumes pulmonares se relacionaram de forma significativa com o agravo clínico dos pacientes chagásicos, o que adiciona um importante instrumento de avaliação para analisar o prognóstico do paciente chagásico.

 



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Prognóstico, Testes de Função Respiratória