MALÁRIA EM REGIÃO NÃO ENDÊMICA: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS CASOS NOTIFICADOS NO ESTADO DE ALAGOAS
CLAUDIO JOSÉ DOS SANTOS JÚNIOR 1, ARYANNA VANESSA GOMES TIMÓTEO1, ANDREZA ALMEIDA GUIMARÃES 1, JOHN VICTOR DOS SANTOS SILVA 1, LUANNA MAYARA DOS SANTOS BEZERRA 1, ELADJA CHRISTINA BEZERRA DA SILVA 1, LUIZ ARTHUR CALHEIROS LEITE 1, FERNANDO LUIZ DE ANDRADE MAIA 1
1. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 2. UNINASSAU - Centro Universitário Mauricio de Nassau, 3. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 4. HEHA - Hospital Escola Dr. Helvio Auto
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INTRODUÇÃO: A malária é transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles e seu agente etiológico é um protozoário do gênero Plasmodium . No Brasil, a área de maior risco é a Região Norte, que concentra o maior número de casos do país. Em regiões não endêmicas têm sido relatado o surgimento de novos casos, graças, principalmente, ao deslocamento de indivíduos advindos de áreas endêmicas. OBJETIVO: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos de malária de pacientes atendidos no estado de Alagoas. MÉTODOS: Trata-se de estudo descritivo, realizado a partir de levantamento dos dados obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e que incluiu todos os casos confirmados de Malária notificados no estado de Alagoas, durante o período de 01/01/2008 a 31/12/2017. Os dados foram tabulados com o auxílio do programa Excel e analisados em termos de frequência absoluta e relativa. RESULTADOS: Após serem descartados os casos sem confirmação diagnóstica, a casuística resultou em 54 casos confirmados. Entre os acometidos, predominaram indivíduos do sexo masculino (94,4%; 51/54) e de cor parda (70,4%; 38/54). A idade dos pacientes variou de 1 a 69 anos, sendo que 59,3% deles (32/54) estavam na faixa etária de 20 a 39 anos. Houve mais internações nos meses de junho, julho e novembro (13,0% em cada mês; 7/54) e dezembro (16,7%; 9/54). Os resultados dos exames parasitológicos evidenciaram que o Plasmodium vivax foi o mais incidente, com 64,8% (35/54) dos casos, havendo 31,4% (17/54) casos de P. falciparum , 1,9% (1/54) de P. Malariae e 1,9% (1/54) de coinfecção P. falciparum e P. malariae . Quanto a origem, 20 (37,0%) pacientes eram procedentes do Estado de Rondônia, 9 (16,7%) do Amazonas, 4 (7,4%) eram dos estados de Roraima, Pará, Amapá, Mato Grosso, sendo 1 em cada UF, e 21 (38,9%) de regiões fora do país. Nenhum dos casos confirmados foi classificado como autóctone, bem como não foram registrados óbitos no estado para a causa em estudo. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou porcentagens particularmente altas de Malária no estado de Alagoas, uma área não endêmica. O maior percentual de acometidos tem a região Norte do país como procedência, sendo a maioria dos doentes homens, de cor parda e em idade reprodutiva, predominando a infecção por Plasmodium vivax . De um modo geral, todos os casos notificados foram alóctones, importados de outros estados e países, mantendo, assim, a característica de área não endêmica para o estado de Alagoas.



Palavras-chaves:  Alagoas, Epidemiologia, Malária