MALÁRIA EM REGIÃO NÃO ENDÊMICA: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS CASOS NOTIFICADOS NO ESTADO DE ALAGOAS |
INTRODUÇÃO: A malária é transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles e seu agente etiológico é um protozoário do gênero Plasmodium . No Brasil, a área de maior risco é a Região Norte, que concentra o maior número de casos do país. Em regiões não endêmicas têm sido relatado o surgimento de novos casos, graças, principalmente, ao deslocamento de indivíduos advindos de áreas endêmicas. OBJETIVO: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos de malária de pacientes atendidos no estado de Alagoas. MÉTODOS: Trata-se de estudo descritivo, realizado a partir de levantamento dos dados obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e que incluiu todos os casos confirmados de Malária notificados no estado de Alagoas, durante o período de 01/01/2008 a 31/12/2017. Os dados foram tabulados com o auxílio do programa Excel e analisados em termos de frequência absoluta e relativa. RESULTADOS: Após serem descartados os casos sem confirmação diagnóstica, a casuística resultou em 54 casos confirmados. Entre os acometidos, predominaram indivíduos do sexo masculino (94,4%; 51/54) e de cor parda (70,4%; 38/54). A idade dos pacientes variou de 1 a 69 anos, sendo que 59,3% deles (32/54) estavam na faixa etária de 20 a 39 anos. Houve mais internações nos meses de junho, julho e novembro (13,0% em cada mês; 7/54) e dezembro (16,7%; 9/54). Os resultados dos exames parasitológicos evidenciaram que o Plasmodium vivax foi o mais incidente, com 64,8% (35/54) dos casos, havendo 31,4% (17/54) casos de P. falciparum , 1,9% (1/54) de P. Malariae e 1,9% (1/54) de coinfecção P. falciparum e P. malariae . Quanto a origem, 20 (37,0%) pacientes eram procedentes do Estado de Rondônia, 9 (16,7%) do Amazonas, 4 (7,4%) eram dos estados de Roraima, Pará, Amapá, Mato Grosso, sendo 1 em cada UF, e 21 (38,9%) de regiões fora do país. Nenhum dos casos confirmados foi classificado como autóctone, bem como não foram registrados óbitos no estado para a causa em estudo. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou porcentagens particularmente altas de Malária no estado de Alagoas, uma área não endêmica. O maior percentual de acometidos tem a região Norte do país como procedência, sendo a maioria dos doentes homens, de cor parda e em idade reprodutiva, predominando a infecção por Plasmodium vivax . De um modo geral, todos os casos notificados foram alóctones, importados de outros estados e países, mantendo, assim, a característica de área não endêmica para o estado de Alagoas. |