MENINGITE EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO
LUANNA MAYARA DO SANTOS BEZERRA 1, KAUAN ARAUJO SILVA1, EVERTON VIEIRA LOPES SILVA1, CLAUDIO JOSÉ DOS SANTOS JUNIOR1, CYNDI MYRELLE DA SILVA BARROS ROMÃO1, LUIZ ARTHUR CALHEIROS LEITE1, MARIA CLAUDIANE BEZERRA SOUZA1, SIBELLY BATISTA SILVA1, LARYSSA CAMILA ALVES NEVES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
luannabezerra70@gmail.com

A meningite é uma patologia caracterizada por inflamação das meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central (SNC), esse processo inflamatório pode ser potencialmente fatal comprometendo órgãos nobres com reduzida taxa de regeneração. A meningite eosinofílica está relacionada à presença de eosinófilos no líquido cefalorraquidiano (LCR), é causada por parasitoses. Neste relato de caso, o paciente E. P. L., 30 anos, sexo masculino, residente e procedente de Maceió, deu entrada no Hospital Escola Doutor Helvio Auto com dor em região dorsal e cervical há cerca de 15 dias, acompanhada de sonolência,cefaleia, febre e vômitos. Esse foi encaminhado do Hospital Geral do Estado no qual foi medicado com dexametasona 4mg e ceftriaxona 2g. Na entrada apresentava-se em regular estado geral, desidratado, sonolento e com sinais meníngeos. O exame de LCR encontrava-se ligeiramente turvo, leucometria de 997/mm3 com eosinofilia (60%), proteínas aumentadas (144 mg/dL, VR= 15-45mg/dL), glicose discretamente diminuída (43,6 mg/dL, VR= 50- 80mg/Dl) , bacterioscopia com ausência de flora bacteriana e pesquisa de fungo negativa. O leucograma apresentou leucocitose (14.800 /mm³) com neutrofilia. Foram realizadas sorologias de HIV e sífilis com resultados negativos. Realizou Tomografia computadorizada de crânio, com resultado sem alterações. Paciente teve dois períodos de internação (26 dias) fazendo uso de dexametasona 4mg, ceftriaxona 2 g, praziquantel 600mg, albendazol 400 mg, prednisona 20 mg, evoluindo com melhora dos sintomas e sendo acompanhado através de outros exames na busca do agente etiológico. O diagnóstico de meningite eosinofílica se baseou nas manifestações clínicas e no resultado quimiocitológico do LCR, que se demonstrou compatível com  o tipo de meningite estudado,visto que, na meningite eosinofílica a análise do LCR apresenta-se geralmente com aspecto ligeiramente turvo, aumento de proteína, discreta diminuição da glicose e com eosinofilia maior que 10%. Nesse contexto, pela dificuldade de se obter resultados de sorologias positivos e do isolamento do agente etiológico nas fases iniciais, o diagnóstico de meningite eosinofílica pode ser apenas presuntivo, podendo receber o auxilio da epidemiologia. Este relato de caso nos mostra a importância do exame de LCR que contribuiu no diagnostico e tratamento de uma condição mais frequente em países tropicais, e podendo também relatar sobre esse quadro de meningite atípico. 



Palavras-chaves:  Eosinófilo, Infectologia, Meningite, Parasita, Tropical