INVESTIGAÇÃO DA PREVALÊNCIA E ASSOCIAÇÃO DE HERPESVÍRUS HUMANOS 6 E 7 EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS
JÉSSICA VASQUES RAPOSO 1, AMANDA DE OLIVEIRA LOPES1, KARINA ROMAGNOLI AMARAL1, GEOVANA PEREIRA1, ANA ISABEL COELHO DIAS DA SILVA1, TÂNIA REGINA TOZETTO MENDOZA1, PAULO HENRIQUE BRAZ DA SILVA1, VANESSA SALETE DE PAULA1
1. IOC/FIOCRUZ - Laboratório de Virologia Molecular / Instituto Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz, 2. USP - Laboratório de Virologia do Instituto de Medicina Tropica / Universidade de São Paulo, 3. FOUSP - Departamento de Estomatologia - Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
jessicavasquesr@gmail.com

A sobrevida do paciente após o transplante renal tem sido avaliada com frequência nas últimas décadas. A frequência de rejeição aguda diminuiu, enquanto preocupações com doenças infecciosas aumentaram e permanecem sendo responsáveis por aproximadamente 15% a 20% dos casos de morte. Em receptores de transplante renal pediátricos ou adultos, os Herpesvírus Humano 6 (HHV-6A/B) e Herpesvírus Humano 7 (HHV-7), também denominados Roseolovírus, frequentemente reativam após enxerto.  Imunossupressão e diferentes tratamentos associados ao transplante podem promover a replicação dos Roseolovírus. Ademais, reativações das infecções de HHV-6A, HHV-6B e HHV-7 muitas vezes, levam a doenças graves em receptores de órgãos sólidos. Até o momento, há poucas informações disponíveis sobre a persistência e excreção destes vírus em locais do corpo durante e depois da infecção. Porém, já foi reportado que a latência e persistência dos Roseolovírus pode ocorrer nas glândulas salivares. A ausência de prevalência e estudos sobre os sítios de latência desses vírus pode desencadear reativações e assim, levar receptores de órgãos sólidos a doenças graves ou até mesmo a morte. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência e a infecção ativa do HHV-6A, HHV-6B e HHV-7 em amostras de saliva de pacientes transplantados. Para detecção dos Roseolovírus foi realizado a qPCR duplex e curvas sintéticas padrões foram utilizadas para quantificação da carga viral. Como resultado inicial, foram testadas 155 amostras de saliva de pacientes transplantados renais. Dessas amostras, 119 (77%) e 127 (82%) foram positivas para o HHV-6 e para o HHV-7 respectivamente; em 108 (69,5%) amostras o HHV-6 e o HHV-7, foram detectados simultaneamente. Os resultados encontrados foram significantemente elevados em comparação com a prevelência desses vírus em pacientes saudáveis. Além disso, a coinfecção de Roseolovírus pode ser considerada um fator de evolução de doenças graves.  Portanto, os resultados desse estudo ressaltam a importância da investigação desses vírus em pacientes transplantados renais e sugerem que a alta positividade e prevalência das amostras indicam a persistência do HHV-6 e HHV-7 em saliva principalmente em pacientes imunodeprimidos. Para confirmação da infecção ativa, faz-se necessário realizar a detecção do RNAm para avaliar a replicação viral em amostras de saliva.



Palavras-chaves:  Herpesvirus, qPCR, Roseolovirus, Saliva, Transplante renal