INVESTIGAÇÃO DA PREVALÊNCIA E ASSOCIAÇÃO DE HERPESVÍRUS HUMANOS 6 E 7 EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS |
A sobrevida do paciente após o transplante renal tem sido avaliada com frequência nas últimas décadas. A frequência de rejeição aguda diminuiu, enquanto preocupações com doenças infecciosas aumentaram e permanecem sendo responsáveis por aproximadamente 15% a 20% dos casos de morte. Em receptores de transplante renal pediátricos ou adultos, os Herpesvírus Humano 6 (HHV-6A/B) e Herpesvírus Humano 7 (HHV-7), também denominados Roseolovírus, frequentemente reativam após enxerto. Imunossupressão e diferentes tratamentos associados ao transplante podem promover a replicação dos Roseolovírus. Ademais, reativações das infecções de HHV-6A, HHV-6B e HHV-7 muitas vezes, levam a doenças graves em receptores de órgãos sólidos. Até o momento, há poucas informações disponíveis sobre a persistência e excreção destes vírus em locais do corpo durante e depois da infecção. Porém, já foi reportado que a latência e persistência dos Roseolovírus pode ocorrer nas glândulas salivares. A ausência de prevalência e estudos sobre os sítios de latência desses vírus pode desencadear reativações e assim, levar receptores de órgãos sólidos a doenças graves ou até mesmo a morte. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência e a infecção ativa do HHV-6A, HHV-6B e HHV-7 em amostras de saliva de pacientes transplantados. Para detecção dos Roseolovírus foi realizado a qPCR duplex e curvas sintéticas padrões foram utilizadas para quantificação da carga viral. Como resultado inicial, foram testadas 155 amostras de saliva de pacientes transplantados renais. Dessas amostras, 119 (77%) e 127 (82%) foram positivas para o HHV-6 e para o HHV-7 respectivamente; em 108 (69,5%) amostras o HHV-6 e o HHV-7, foram detectados simultaneamente. Os resultados encontrados foram significantemente elevados em comparação com a prevelência desses vírus em pacientes saudáveis. Além disso, a coinfecção de Roseolovírus pode ser considerada um fator de evolução de doenças graves. Portanto, os resultados desse estudo ressaltam a importância da investigação desses vírus em pacientes transplantados renais e sugerem que a alta positividade e prevalência das amostras indicam a persistência do HHV-6 e HHV-7 em saliva principalmente em pacientes imunodeprimidos. Para confirmação da infecção ativa, faz-se necessário realizar a detecção do RNAm para avaliar a replicação viral em amostras de saliva. |