ANÁLISE DA SEPTICEMIA BACTERIANA COMO RELEVANTE CAUSA DE MORBIMORTALIDADE NO MEIO INTRA HOSPITALAR EM RECÉM-NASCIDOS NO CEARÁ
MARIA EDUARDA CAVALCANTE PIRES DE CASTRO STUDART 1, MARCELO ARAÚJO GUANABARA1, ANDREZA BRANDÃO THEOPHILO LIMA1, JORGE LUIS PIRES DE MORAES1, RENAN LOPES VASCONCELOS1, LUANA CARLOS DE FREITAS1, MARCOS VINÍCIUS BEZERRA LOIOLA1, FELIPE PINHEIRO MENDES1, JOSÉ FRANCISCO IGOR SIQUEIRA FERREIRA1, LETÍCIA BENEVIDES CAVALCANTE SOARES1, RAFAEL LUCAS SIMÕES DOS SANTOS1, NATANAEL PONTE DE OLIVEIRA1
1. UFC CAMPUS SOBRAL - Universidade Federal do Ceará Campus Sobral
mariaddstudart@gmail.com

Os neonatos são descritos como a população que está entre o início do período puerperal e os primeiros 28 dias de vida. A sepse neonatal é uma síndrome caracterizada por resposta inflamatória com a presença de bacteremia, tornando-se mais grave em recém nascidos prematuros, visto que esses apresentam imaturidade do sistema imune inato e adaptativo e são, muitas vezes, expostos ao ambiente de UTI neonatal. A estada mais longa no meio hospitalar favorece a contaminação do neonato por cateteres, nutrição parenteral e transmissão por parte da equipe hospitalar. A não realização do pré-natal  é um fator de risco para a sepse neonatal, visto que gestantes com colonização por Streptococcus do grupo B ou bacteriúria assintomática  precisam receber antibioticoterapia profilática para evitar o parto prematuro ou a contaminação fetal. A sepse pode ser resultar em complicações, agravando o prognóstico do paciente. Além disso, os neonatos que não morrem devido à sepse, podem apresentar alterações no neurodesenvolvimento. Nesse contexto, buscamos identificar o número de mortes em recém-nascidos que foram registradas no ano de 2016 no Ceará e que tiveram como causa a septicemia bacteriana . Esse estudo trata-se de uma análise de caráter seccional e retrospectivo. Os dados sobre o número de óbitos em neonatos por septicemia bacteriana e outras causas no ano de 2016 no Ceará foram obtidos por consulta às bases de dados do sistema TABNET, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Na análise de dados, identificamos 848 óbitos em neonatos. Destes, 151 foram causados por septicemia bacteriana, totalizando 17,8% de todas as mortes nesta população. Tal fato é relevante à medida que a porcentagem de óbitos por sepse na população geral, durante o mesmo período, era de 1,4%. A considerável porcentagem de recém-nascidos que vieram à óbito por sepse bacteriana em relação à faixa etária geral no período estudado indica que essa síndrome trata-se de uma emergência pediátrica. Por isso, é necessário intensificar medidas de caráter preventivo, como maior atenção à realização do pré-natal adequado e assepsia rigorosa de instrumentos utilizados nas sala de parto e na UTI neonatal, visto que o diagnóstico e tratamento da sepse em neonatos exige exames como hemocultura, níveis séricos da Proteína C reativa e esquemas antibióticos que, muitas vezes, não estão disponíveis nas maternidades públicas.
Palavras-chave: epidemiologia; recém nascido; sepse



Palavras-chaves:  epidemiologia, recém-nascido, sepse