TAXA DE INFECÇÃO POR ENTEROPARASITOS EM LAGARTOS DA ESPÉCIE Nothobachia ablephara (GYMNOPHTHALMIDAE)
ANTONIO CARLOS SANTOS FERREIRA1, JAYELEN ALVES FERREIRA 1, JOÃO MODESTO NETO1, LAILANA BRITO OLIVEIRA REIS1, AYALA MUTIM FERRO RODRIGUES1, LEONARDO BARROS RIBEIRO1, DIEGO CÉSAR NUNES DA SILVA1
1. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
JAYELENALVES@LIVE.COM

O estudo das interações entre meio ambiente, agente etiológico e hospedeiro, analisado individual ou coletivamente, pode servir como modelos importantes para o entendimento do processo saúde-doença em pesquisas ecológicas, biológicas e epidemiológicas, possuindo caráter relevante para a saúde pública e animal. Estudo sobre enteroparasitos em lagartos tornam-se relevante, em virtude de muitos deles compartilharem o mesmo nicho urbano que o ser humano, animais domésticos e de produção. Este convívio pode aumentar os casos de contaminações diretas e indiretas através das fezes dos lagartos. Portanto, tais animais podem ser utilizados como um bom modelo para estudos da parasitofauna. Este trabalho teve como finalidade, realizar uma análise das taxas de infecção por enteroparasitos em lagartos gimnoftalmídeos fossorias da espécie Nothobachia ablephara . A coleta de 37 lagartos, pelo método de busca ativa, foi realizada de janeiro a março de 2016 em áreas de caatinga e fruticultura de Petrolina, PE. Depois de capturados os lacertílios foram transportados ao Laboratório de Parasitologia do Campus de Ciências Agrárias (CCA/UNIVASF) para a obtenção das amostras de fezes após o período de tempo de 24 horas. As amostras foram acondicionadas em tubos de microcentrifuga identificados com os códigos dos animais, sendo conservadas em Fixador (SAF). Posteriormente, foram analisadas através do método Centrífugo-Flutuação e em seguida realizou-se a preparação das lâminas para leitura em microscópio óptico. Das 37 amostras de fezes avaliadas 43,24%, ou seja, 16/37 apresentaram positividade para cistos de Coccídeos ( Isospora sp.) e ovos de helmintos ( Parapharyngodon sp.), estes separadamente apresentaram uma prevalência de 21,62% (8/37) e 40,54% (15/37) respectivamente, caracterizando o primeiro registro de Isospora sp. parasitando N. ablephara . Através deste estudo pudemos confirmar a existência de cistos de coccídeos e ovos de nematódeos em N. ablephara , caracterizando-o como disseminador desses parasitos. Sabe-se que estes enteroparasitos possuem insetos como hospedeiros, os quais fazem parte da composição da dieta de N. ablephara. Este fato pode facilitar o parasitismo por várias espécies de coccídeos, tais como aquelas pertencentes aos gêneros Eimeria , Adelina e Isospora , e até então, pelo nematódeo Parapharyngodon sp., contribuindo assim, para o estabelecimento da parasitofauna dos lacertílios desta região do semiárido brasileiro.



Palavras-chaves:  Coccídeos, Nematoda, Semiárido