NÚMERO DE CASOS E INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE EM PETROLINA, PERNAMBUCO, DE 2001 A 2017.
ADENIVALDO LIMA FILGUEIRA JÚNIOR1, CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA FILHO1, MATEUS DE SOUSA RODRIGUES1, DAVI RIOS NASCIMENTO1, CÉSAR AUGUSTO DA SILVA1
1. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
adenivaldo31@gmail.com

Apesar dos avanços no desenvolvimento de métodos diagnósticos e tratamento da tuberculose (TB), a infecção continua sendo uma doença negligenciada com alta prevalência e incidência em todas as regiões do Brasil. Além disso, a TB ativa em pessoas com HIV/Aids é a condição de maior impacto na mortalidade por Aids e por TB no país. Este é um estudo observacional descritivo dos casos confirmados de TB na cidade de Petrolina, Pernambuco. Os dados são referentes ao período de 2001 a 2017 e foram obtidos do sistema TABNET/DATASUS, segundo município de residência. Os resultados mostraram que a infecção atingiu 1.513 pessoas no período estudado, sendo os homens os mais afetados (63,8%), provavelmente devido à maior exposição ambiental. A cidade responde por 36,2% dos casos de TB na Macrorregião de Saúde do Vale do São Francisco e Araripe. Quanto à co-infecção HIV/TB, foram identificados 27,75% de casos negativos e 7,5% de soropositivos, dos quais 6,67% portadores de Aids; contudo, 43,88% dos pacientes com TB continuam sem teste para HIV. A doença atingiu todas as faixas etárias, 0-14 anos (4,38%), 15-24 (12,52%), 25-34 (21,10%), 45-54 (35,72%), 55-64 (12,46%) e > 64 (13,73%). No período estudado, a taxa de incidência anual de TB em Petrolina apresentou pequenas oscilações, com incidência média de 30,42/100.000 habitantes, número superior ao dobro da incidência aceitável pela OMS (14,2/100.000 habitantes). Contudo, a partir de 2014 os dados disponíveis no sistema TABNET, no momento da coleta e análise, estão sujeitos à revisão. Isso pode torná-la imprecisa, sugerindo a necessidade de atualizações mais rotineiras dos dados, a fim de que as informações dimensionem a realidade local, sendo confiáveis e úteis ao monitoramento das ações à saúde pública e à avaliação do seu impacto no controle dos agravos de notificação compulsória. Os resultados indicam necessidade de discussão acerca das estratégias de ação e reavaliação das práticas voltadas para o diagnóstico e consequente notificação da doença. Os dados apresentados seguem a mesma tendência epidemiológica da TB tanto na Macrorregião de Saúde do Vale do São Francisco e Araripe quanto no Estado de Pernambuco.



Palavras-chaves:  Tuberculose, Doença negligenciada, Petrolina, HIV/TB