PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS NA GESTAÇÃO NOTIFICADOS EM HOSPITAL DE MATO GROSSO
TERCÍLIA DAMASCENO DINIZ 1, BRUNO DE OLIVEIRA SANTOS1, LARISSA MIDORI SUMIYOSHI1, THAYS MALDONADO FLOÔR1, LETÍCIA ROSSETTO DA SILVA CAVALCANTE1, MARIANE BARBOSA E SILVA1, BEATRIZ NAVARRO SANCHES1, CLEICE MILENE STRADA1, JOSÉ CABRAL LOPES1, WAGNER IZIDORO DE BRITO1
1. UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso, 2. HUJM - Hospital Universitário Júlio Muller
damascenotercilia@gmail.com

Introdução: A sífilis em gestantes relaciona-se a altos índices de morbimortalidade
neonatal. A análise das notificações nos detalha aspectos epidemiológicos da
doença no Mato Grosso. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de
sífilis em gestantes, notificados em hospital universitário de referência em Cuiabá,
MT. Método: Trata-se de um estudo observacional, descritivo em que foram
analisados os casos de sífilis em gestantes notificados pelo núcleo de vigilância
epidemiológica de hospital universitário de referência em Cuiabá, no período de
2007 a 2017, por meio da análise dos dados fornecidos pela ficha de notificação e
investigação de sífilis em gestantes computados pelo Sistema Nacional de Agravos
de Notificação (SINAN). Resultados: Foram avaliados um total de 249 casos.
Desses, o ano de 2016, conteve o maior número de diagnósticos, 43 (17,26%),
seguido por 2017, com 39 (15,66%) casos. A faixa etária de 15 a 29 anos teve
76,7% do total de eventos. No terceiro trimestre, houve 137 (55,02%) achados,
enquanto 71 (28,5%) casos foram descobertos no segundo trimestre e 36 (14,45%)
no primeiro trimestre. 130 (52,2%) pacientes possuem ensino fundamental completo
ou incompleto. Apenas 3 (1,2%) pacientes cursaram ensino superior, completo ou
incompleto. Em relação ao tratamento, a maioria, 120 situações o dado foi ignorado,
em 32,1% (80) não houve tratamento do parceiro e em apenas 26,9% (67) houve
confirmação desse tratamento. Conclusão: A partir deste estudo, nota-se que, em
consonância com o Boletim Epidemiológico de 2017 (Ministério da Saúde), houve
um aumento das notificações dos casos de sífilis em gestantes, sobretudo, nos
últimos anos avaliados. A faixa etária mais acometida foi de mulheres com menos
de 30 anos de idade e com menor escolaridade. O diagnóstico na maioria dos casos
foi realizado tardiamente, durante o 3º trimestre de gestação. Em relação ao
tratamento, a análise fica prejudicada devido ao grande número de casos ignorados.
Assim sendo, esses dados sugerem que esses grupos são os mais expostos à
infecção e o aumento das notificações indicam a maior necessidade de atenção dos
programas de controle e prevenção da sífilis na gestação.



Palavras-chaves:  epidemiologia, gesteção, sífilis