ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO NORDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO DE 2007 A 2017
ANA MARIA FERNANDES MENEZES1, KAIC TRINDADE ALMEIDA1, ANA KARLA ARAÚJO NASCIMENTO COSTA1, MARYANA DE MORAIS FROTA ALVES1
1. UNIFG - Centro Universitário FG
anamaria_amfm@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose ocasionada pelo protozoário Leishmania chagasi, que possui uma alta incidência em locais tropicais.  Essa doença vem sofrendo um processo de urbanização, configurando esse agravo como um problema de saúde mundial. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral Humana (LVH) na região Nordeste do Brasil, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e tabulados e analisados no Bioestat 5.4 com um nível de significância de 5% (p<0,05). No período em estudo, o Nordeste brasileiro notificou 21.621 casos confirmados, o que representa um percentual de 52,4% do total de casos registrados no Brasil. Dentre esses destaca-se que o sexo mais acometido pela doença foi o masculino (64,59%), da raça parda (76,66%), com idade até 15 anos (51,88%), residindo em zona urbana (65,10%) e possuindo a escolaridade ignorada na maior parte dos casos (42,23%). Já na perspectiva das características clínicas, foi observado o predomínio do diagnóstico laboratorial (82,44%), com o modo de entrada mais frequente de casos novos (89,70%) e com evolução para cura (64,52%). A incidência média no recorte temporal foi de 3,4/100.000 habitantes, tendo destaque para o Piauí (10,1/100.000 habitantes), Maranhão (6,4/100.000 habitantes) e Ceará (5,7/100.000 habitantes), que apresentaram as maiores incidências na região. Com o menor índice destacou-se o estado da Paraíba (0,9/100.000 habitantes). Na perspectiva dos casos de recidivas na região Nordeste, os estados que apresentaram os maiores índices foram o Ceará (21,6/100.000 habitantes), Maranhão (17,4/100.000 habitantes) e o Piauí (14,4/100.000 habitantes). Alagoas expôs a menor incidência de recidiva, com um valor médio de 0,4/100.000 habitantes. Ante o exposto, conclui-se que estudo demonstrou dados pertinentes que expõem o grande problema de saúde pública que a leishmaniose se configura na região Nordeste brasileira.



Palavras-chaves:  Doenças negligenciadas, Epidemiologia, Leishmaniose visceral