ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL NO PERÍODO DE 2007 A 2017
ANA MARIA FERNANDES MENEZES1, KAIC TRINDADE ALMEIDA1, ANA KARLA ARAÚJO NASCIMENTO COSTA1, MARYANA DE MORAIS FROTA ALVES1
1. UNIFG - Centro Universitário FG
anamaria_amfm@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral (LV), popularmente conhecido como calazar, se configura como uma zoonose de caráter crônico e sistêmico que possui como agente etiológico o protozoário Leishmania chagasi . Na área urbana acomete principalmente os humanos e cães, tendo sua transmissão no Brasil realizada pelo vetor Lutzomyia longipalpis. O país é responsável por cerca de 90% de todos os casos leishmaniose visceral humana na América latina. O objetivo do estudo foi analisar o perfil epidemiológico da leishmaniose visceral humana do Brasil no recorte temporal de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo e de caráter quantitativo. Os dados foram advindos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A confecção de gráficos, tabelas e a análise estatística foram realizadas no Bioestat 5.4, com o nível de significância de 5% ( p<0,05 ). Foram registrados no Brasil 41.237 casos confirmados de LV humana, sendo a maior frequência exposta sob o sexo masculino com 63,67% e 50,07% na faixa etária de 0-14 anos. Destaca-se ainda que 67,33% são pardos e 71,59% dos casos residem em zona urbana.  Além disso, a escolaridade foi ignorada em 40,70% e o modo de entrada mais frequente foi a de casos novos com 90,55%, tendo o predomínio no diagnóstico realizado através de exames laboratoriais e possuindo uma evolução acentuada para cura (respectivamente 86,24% e 70,15% dos casos). O coeficiente de incidência média no país foi de 2,1 casos por 100.000 habitantes, sendo região Norte a mais incidente com 4,07/100.000 habitantes e em segundo lugar foi à região Nordeste com 3,42/100.000 habitantes. A letalidade média foi de 7,9 casos por 100.000 habitantes, possuindo a região Sul a maior expressividade nesse índice, com 12,2/100.000 habitantes, seguido pela região Sudeste com 9,0/100.000 hab. Já na perspectiva da incidência média de recidivas no país, destaca-se as regiões Nordeste com registros de 75,8/100.000 habitantes e Sudeste com 47,3/100.000 habitantes. A região sul apresentou os menores valores nesse índice, com 0,3/100.000 habitantes. Conclui-se que a LV se configura como um problema de saúde pública no país e que sua incidência está fortemente relacionada com as características ambientais e socioeconômicas locais.



Palavras-chaves:  Calazar, Doença negligenciada, Leishmaniose Visceral