EPIDEMIOLOGIA DA CHIKUNGUNYA NO CENÁRIO BAIANO E BRASILEIRO (2016-2018)
ANA MARIA FERNANDES MENEZES1, TARCÍSIO VIANA CARDOSO1, ANA KARLA ARAÚJO NASCIMENTO COSTA1, ANA PAULA ALMEIDA LADEIA1, LUÍSA MAGALHÃES ARAÚJO1
1. UNIFG - Centro Universitário FG
anamaria_amfm@hotmail.com

O alfavírus Chikungunya, originário da África, causou surtos globais recentes associados à morbidade grave. Trata-se de uma doença febril aguda associada a dor intensa e frequente poliartralgia debilitante. Um genótipo asiático de CHIKV foi introduzido nas Américas através do Caribe em dezembro de 2013, e os primeiros casos brasileiros autóctones foram notificados em setembro de 2014 no norte do estado do Amapá. Curiosamente, ao mesmo tempo, foi encontrado outro genótipo da CHIKV, a cepa oriental, central e sul africana e asiática (ECSA), na cidade de Feira de Santana (Bahia). O objetivo do presente estudo é analisar a epidemiologia da Chikungunya no cenário baiano e brasileiro (2016-2018). Trata-se de um estudo documental, epidemiológico de caráter exploratório, transversal e quantitativo, onde foram realizadas análises de notas técnicas, boletins epidemiológicos, artigos e revistas para a coleta dos dados. Os bancos de dados utilizados foram SciELO, PubMed e Sesab (Secretaria de Saúde do Estado da Bahia). Em território brasileiro, foram confirmados 156 óbitos por Chikungunya em 2016. Dentre os estados, o de Pernambuco apresentou maior número de óbitos, com 78 casos com confirmação laboratorial e outros 35 casos demonstrando co-infecção de Chikungunya e dengue, o que representa o maior número de óbitos por arboviroses em um único ano no estado. Em 2018, até a SE 16, foram confirmados laboratorialmente quatro óbitos por Chikungunya e existem ainda 26 óbitos em investigação que podem ser confirmados ou descartados. O Ministério da Saúde destaca que no período de 2017, foram confirmados 83 óbitos e existiam 30 óbitos em investigação. Em território baiano, segundo dados preliminares, 49 (11,8%) municípios notificaram casos suspeitos da doença em 2018, porém, até o momento não há registro de municípios com incidência superior a 100 casos/100.000 habitantes. A Região Extremo Sul concentrou 55,8% dos casos (182). Ainda, muitos casos importados foram identificados em vários estados brasileiros, procedentes dos estados do Amapá e Bahia, bem como de outros países. Os dados epidemiológicos analisados na presente pesquisa alertam para a necessidade de visualização da CHIKV como uma arboviroses com real capacidade de morbimortalidade no cenário estadual e nacional.



Palavras-chaves:  Brasil, Epidemiologia, Vírus Chikungunya