DOENÇA DE CHAGAS AGUDA NO BRASIL: UMA ANÁLISE ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2016 |
A fase aguda da Doença de Chagas se inicia a partir do momento em que há infecção pelo Trypanosoma cruzi , caracterizada por uma intensa parasitemia e se destaca no cenário de notificações epidemiológicas. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo dos casos de Doença de Chagas notificados no Brasil, no período de 2012 a 2016. Para tanto, foi realizado um estudo transversal descritivo baseado na análise de dados do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas as seguintes variáveis: faixa etária, local de provável infecção, casos por regiões e Unidade Federativa de residência. Neste estudo, foram notificados 1.190 casos durante o período analisado. Observou-se que indivíduos do sexo masculino, são os mais acometidos pela doença, com 55,80% do total de casos notificados, possivelmente em virtude das atividades laborais desempenhadas. O grupo mais afetado foi o de adultos jovens em idade produtiva, com destaque para as faixas etárias 20 a 39 anos (34,37%; n=409) e 40 a 59 anos (23,61%; n=281), representando um alto custo social. A região Norte obteve o maior índice de casos confirmados, com percentual de 97,14% (n=1.156), onde a Unidade Federativa de maior confirmação foi no Pará 86,21% (n=1.026), em decorrência das características eco epidemiológicas e microepidemias. O Nordeste está como a segunda região brasileira mais afetada pelos casos de infecção aguda, com 2,01% (n=24), onde as medidas de controle vetorial não alcançaram impacto relevante devido à grande diversidade populacional de triatomíneos existente. As vias de infecção mais frequentemente notificadas foram a oral (71,69%; n=869), sobre a qual se destaca a região Norte do país, e a vetorial (8,82%; n=105), pelas estratégias irregulares de controle de triatomíneos instituídas no Nordeste brasileiro. Com tudo isso, percebe-se a necessidade de intensificar as ações de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e de educação em saúde com a finalidade de controlar o agravo, e consequentemente os fatores de risco da doença de Chagas no Brasil. Além disso, observamos a necessidade que os casos crônicos da doença também sejam notificados, para que as ações de políticas públicas sejam direcionadas às duas fases da doença. |