DOENÇA DE CHAGAS AGUDA NO BRASIL: UMA ANÁLISE ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2016
KAMILA KASSIA DOS SANTOS OLIVEIRA 1, MICHELLE DA SILVA BARROS1, CÍNTIA NASCIMENTO DA COSTA OLIVEIRA1, LEYLLANE RAFAEL MOREIRA1, DIEGO JOSÉ LIRA TORRES1, TIAGO RIBEIRO DE ARRUDA1, LÚCIO ROBERTO CANÇADO CASTELLANO1, PRISCILLA ANNE CASTRO DE ASSIS1, JOELMA RODRIGUES DE SOUZA1
1. IAM, FIOCRUZ-PE - Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz-Pernambuco, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 3. UFPB - Universidade Federal da Paraíba
KAMILAKASSIA@OUTLOOK.COM

A fase aguda da Doença de Chagas se inicia a partir do momento em que há infecção pelo Trypanosoma cruzi , caracterizada por uma intensa parasitemia e se destaca no cenário de notificações epidemiológicas. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo dos casos de Doença de Chagas notificados no Brasil, no período de 2012 a 2016. Para tanto, foi realizado um estudo transversal descritivo baseado na análise de dados do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas as seguintes variáveis: faixa etária, local de provável infecção, casos por regiões e Unidade Federativa de residência. Neste estudo, foram notificados 1.190 casos durante o período analisado. Observou-se que indivíduos do sexo masculino, são os mais acometidos pela doença, com 55,80% do total de casos notificados, possivelmente em virtude das atividades laborais desempenhadas. O grupo mais afetado foi o de adultos jovens em idade produtiva, com destaque para as faixas etárias 20 a 39 anos (34,37%; n=409) e 40 a 59 anos (23,61%; n=281), representando um alto custo social. A região Norte obteve o maior índice de casos confirmados, com percentual de 97,14% (n=1.156), onde a Unidade Federativa de maior confirmação foi no Pará 86,21% (n=1.026), em decorrência das características eco epidemiológicas e microepidemias. O Nordeste está como a segunda região brasileira mais afetada pelos casos de infecção aguda, com 2,01% (n=24), onde as medidas de controle vetorial não alcançaram impacto relevante devido à grande diversidade populacional de triatomíneos existente. As vias de infecção mais frequentemente notificadas foram a oral (71,69%; n=869), sobre a qual se destaca a região Norte do país, e a vetorial (8,82%; n=105), pelas estratégias irregulares de controle de triatomíneos instituídas no Nordeste brasileiro. Com tudo isso, percebe-se a necessidade de intensificar as ações de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e de educação em saúde com a finalidade de controlar o agravo, e consequentemente os fatores de risco da doença de Chagas no Brasil. Além disso, observamos a necessidade que os casos crônicos da doença também sejam notificados, para que as ações de políticas públicas sejam direcionadas às duas fases da doença.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, Epidemiologia, SINAN