DOENÇA DE CHAGAS AGUDA NO PARÁ:UMA ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 10 ANOS (2008-2017)
KAMILA KASSIA DOS SANTOS OLIVEIRA 1, MICHELLE DA SILVA BARROS1, ANA CARLA DA SILVA1, LEYLLANE RAFAEL MOREIRA1, DIEGO JOSÉ LIRA TORRES1, CÍNTIA NASCIMENTO DA COSTA OLIVEIRA1, MARCELO MORENO1, PRISCILLA ANNE CASTRO DE ASSIS1, JOELMA RODRIGUES DE SOUZA1
1. IAM, FIOCRUZ-PE - Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz-Pernambuco, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 3. UFPB - Universidade Federal da Paraíba
KAMILAKASSIA@OUTLOOK.COM

A Doença de Chagas Aguda (DCA), provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi acomete milhões de pessoas em todo mundo. No Brasil, sobretudo na Região Norte, a transmissão vetorial-oral por consumo de açaí, está entre a mais frequente. A ineficiência de vigilância epidemiológica no processamento industrial desses alimentos contribui para o aumento na notificação dos casos de DCA. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi analisar os casos de DCA notificados no estado do Pará, nos últimos 10 anos (2008-2017). Para tanto, foi realizado um estudo transversal descritivo baseado na análise de dados do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Informações sobre os territórios do estado foram colhidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, local de provável infecção, modo de provável infecção, zona de residência e microrregião. Neste estudo, foram notificados 1.820 casos durante o período analisado (2008-2017). A faixa etária de 20 à 39 anos foi a mais acometida com 33,3% dos casos (n=606) seguida da faixa etária de 40 a 59 anos que apresentou 23,8% (n=433). A maior casuística foi composta pelo sexo masculino (n=980; 53,20%). Indivíduos entre 40 e 59 anos apresentaram taxa de incidência de 29,81 casos/100.000 hab. A região domiciliar teve a maior incidência de provável local de infecção com 59% (n=1077) dos dados coletados, especificamente na área urbana (n=923; 50,71%). Quanto ao modo provável de infecção, a via vetorial-oral apresentou o maior número de casos notificados (n=1.334; 73,30%). Dentre os municípios do estado do Pará, a capital Belém, apresentou os maiores índices de casos notificados no período analisado (n=748; 41,09%) seguido do município de Cametá (n=479; 26,31%). Esses dados sugerem que homens com idade laboral que vivem em Belém e região metropolitana estão sob condições de risco à infecção pelo T. cruzi . Dessa maneira, fica evidente a necessidade de maior controle no processamento industrial do açaí até a chegada ao consumidor final, bem como, a promoção de medidas de educação permanente em saúde para a população e profissionais de saúde, que conjuntamente contribuirão para redução dos casos de infecção pelo T. cruzi .



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, Epidemiologia