CITOTOXICIDADE DO VENENO DE Bothrops erythromelas SOBRE CÉLULAS MONONUCLEARES DE HUMANOS |
A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e a única terapia disponível para o tratamento no Brasil é o Benzonidazol (Bz). Porém, a eficácia do BZ é variável, pois induz uma resposta inflamatória e causa efeitos colaterais aos pacientes. O veneno de serpentes tem alto valor biológico e estudos apontam como possíveis promissores para o tratamento de doenças. O veneno extraído de serpentes do gênero Bothrops tem mostrado atividades anti-tripanossomicida, todavia, os mecanismos citotóxicos ainda não foram esclarecidos. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi analisar os mecanismos de citotoxicidade do veneno de Bothrops erythromelas sobre células mononucleares de sangue periférico (PBMC). Sangue de 3 indivíduos foram coletados e as PBMCs foram isoladas e depositadas em placas de cultura de 96 poços na presença de 12 concentrações do veneno (100 – 0,04µg/mL) diluído em meio RPMI 1640 + 10% de soro fetal bovino em triplicata e mantidas a 37 ºC, atmosfera úmida e com 5% de CO 2 durante 24 horas. Após o período de incubação, o meio de cultura foi substituído por meio RPMI (sem vermelho de fenol) contendo 5mg/mL do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol – 2 - il) – 2,5 – difeniltetrazólio (MTT) e as placas foram incubadas por mais 3 horas. Em seguida, o MTT foi removido e 100µL de dimetilsufóxido foram adicionados. O precipitado derivado da redução de MTT foi determinado espectofotometricamente a 540nm. A concentração capaz de causar a perda de viabilidade em 50% das células (CC50) foi estimada através de regressão linear utilizando o software SPSS v.18. A CC50 determinada do veneno de Bothrops erythromelas foi superior 21,91µg/mL. Portanto, o presente estudo concluiu que até esta concentração do veneno não há toxicidade para PBMCs e portanto, poderá ser utilizado para avaliar seu efeito anti-tripanossomicida em células humanas da resposta imunológica. |