ACHADOS PREOPERATÓRIOS DE PORTADORES DE MEGAESÔFAGO CHAGÁSICO SUBMETIDOS A CARDIOMIOTOMIA ENDOSCÓPICA (POEM) |
INTRODUÇÃO: Doença de Chagas apresenta alta prevalência na América do Sul, em especial no Brasil. Os gastroenterologistas e cirurgiões brasileiros têm ganhado boa experiência no tratamento de grande número desses pacientes. Entre as principais formas de tratamento cirúrgico do megaesôfago chagásico estão: dilatação endoscópica forçada do cárdia e injeção de toxina botulínica no esfíncter esofagiano inferior, cardiomiotomia pela técnica de Heller e, menos frequentemente esofagectomia. Tratamento cirúrgico endoscópico é feito em poucos casos ou como primeira opção, ou em casos nos quais a miotomia externa não tenha produzido resultados satisfatórios. As experiências dessa abordagem são pouco divulgadas. OBJETIVO: Assim, o objetivo foi relatar o perfil e alguns dados de 27 casos tratados por essa abordagem. DESENHO DE ESTUDO: O estudo é retrospectivo e descritivo, realizado no Departamento de Endoscopia do Hospital da Restauração de Pernambuco em parceria com a Faculdade de Medicina de Olinda. MÉTODOS: Quinze eram homens. As idades variaram de 21 a 77 anos com média de 51,7±17,4 anos, mediana de 52,5 anos. A maioria era parda, com baixo poder aquisitivo e grau de instrução primária. As queixas mais frequentes foram: regurgitação, disfagia, dor epigástrica ou retroesternal, empachamento e perda de peso. As doenças associadas mais frequentes foram cardiomegalia e hipertensão arterial sistêmica. RESULTADOS PRINCIPAIS: As pressões do esfíncter esofagiano inferior variaram de 11 a 74mmHg, com média de 30,2±17,7mmHg, mediana de 22mmHg. DISCUSSÃO: Mais de 70% dos pacientes apresentavam disperistalse esofagiana e em todos os estudos radiográficos e avaliações endoscópicas havia evidência de dilatação e tortuosidade do esôfago (megaesôfago graus III e IV), com sinal clássico de “rabo de rato”. CONCLUSÃO: Cardiomiotomia peroral endoscópica (POEM) foi realizada com sucesso perioperatório em todos os casos. |