MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA COINFECÇÃO ENTRE ESQUISTOSSOMOSE E TUBERCULOSE: UM RELATO DE CASO
ALEXANDRE COELHO BARCELLOS 1, LÍVIA KARINE DOS SANTOS NEVES1, MARCOS RENAN MACIEL DE FIGUEIREDO1, JANAÍNA LARISSE DE MOURA BARROS1, JULIANA LEONEL HIRAKAWA1, PAULO SÉRGIO ALVES ABOU HANA JUNIOR1, BRUNA FERREIRA NOBRE1, LUCAS FREITAS FRANÇA1, WHEVERTON RICARDO CORREIA DO NASCIMENTO1
1. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, 2. IAM - Instituto Aggeus Magalhães - FIOCRUZ
alexandre.coelho.barcellos@gmail.com

INTRODUÇÃO : A esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo S.mansoni . Segundo a OMS, é a segunda doença parasitária de importância, com mais de 200 milhões de casos no mundo. No Brasil a doença é detectada em todas as regiões do país. OBJETIVO:  Demonstrar a coinfecção entre tuberculose e esquistossomose, e descrever seus principais achados imunológicos. MÉTODO: A paciente foi voluntária de uma pesquisa sobre alergias. A partir disso, buscou-se seu prontuário nos serviços de atendimento.  RELATO: Em abril de 2015,  E.S.L, sexo feminino, 29 anos, parda, casada, natural e procedente de Jaboatão dos Guararapes – PE. Procurou a UBS queixando-se de emagrecimento (8kg em 2 meses), tosse com sangue, febre alta vespertina, toracalgia direita e sudorese noturna. Relatou ainda, estar grávida e que não havia realizado nenhuma consulta de pré-natal. Ao exame físico a paciente encontrava-se em estado geral regular, hipocorada, desidratada e dispneica. Na ausculta pulmonar apresentou diminuição do murmúrio vesicular, roncos e estertores no terço superior do pulmão direito. Referiu banho de rio em região endêmica para o S.mansoni , e que já havia tido esquistossomose na adolescência. Exames solicitados: Hemograma; PPD; RX de tórax; Baciloscopia do escarro e parasitológico de fezes. Os resultados foram: PPD: 11mm; RX de tórax: Mostrou infiltrado e cavitação em lobo superior direito sugestivo de tuberculose pulmonar; Baciloscopia: Positiva para BAAR; Parasitológico: Positivo para ovos de S. mansoni . Em seguida, foi solicitado um Kato-Katz que demonstrou baixa carga parasitária: 24 O.P.G; Hemograma: Leucócitos totais (cél/mm 3 ): 8900; IgE total: 555; Neutrófilos: 5785; Eosinofilos: 534; Monocitos: 712, estudos das citocinas: IFN-Gama (ng/dL): 0,47; TNF-Alfa: 9,8; IL-10: 0; IL-6: 1037,37; IL-4: 0; IL-2: 0. O tratamento para a tuberculose foi iniciado com melhora clínica da paciente. O tratamento para esquistossomose foi realizado após o período gestacional. DISCUSSÃO: Corroborando com os achados imunológicos da paciente, alguns estudos sugerem que a infecção crônica por esquistossomose pode levar a uma diminuição na produção de IFN-γ, diminuindo assim a resposta do tipo Th1, deixando o paciente mais susceptível a infecções secundárias microbianas. CONCLUSÃO:  Encontrou-se uma possível relação entre a infecção crônica por esquistossomose e a doença por micobactérias, por afetar a resistência/suscetibilidade do indivíduo, prejudicando assim a respostas Th1.



Palavras-chaves:  Citocinas, Esquistossomose, Tuberculose