OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO POR CHIKUNGUNYA EM GESTANTES E RECÉM- NASCIDOS DA COORTE ZIKA VÍRUS DE JUNDIAÍ
THAMIRYS COSMO GRILLO FAJARDO 1, ANDREA CRISTINA BOTELHO SILVA1, ALEXANDRA SIQUEIRA MELLO1, LUCAS RODRIGUES LARANJA1, DANILA VEDOVELLO1, GRUPO COORTE ZIKA1, SAULO DUARTE PASSOS1
1. FMJ - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ
thamirysfajardo@hotmail.com

A introdução do vírus Chikungunya (CHIKV) no Brasil expôs a população a um alto risco epidemiológico. Sua entrada em regiões já endêmicas para outras arboviroses como a dengue, com sintomas muito similares, torna o diagnóstico e abordagem terapêutica ainda mais difíceis, tendo em vista que não há medidas vacinais ou medicamentos específicos para o tratamento. Apesar de associada associada diretamente à picada do mosquito,  outras formas de aquisição da doença, como a transmissão vertical, devem ser investigadas ja que que existem evidências de alto risco de aborto durante o primeiro trimestre da gestacao e transmissão materno- fetal durante o último, com consequências neurológicas para o bebê. Este projeto tem o objetivo de realizar inquérito soroepidemiológico para o vírus Chikungunya em grupo de mães com gestação de alto risco e seus recém-nascidos. O estudo provém de dados adquiridos em grupo de coorte realizado no Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí (HUJ), da cidade de Jundiaí, São Paulo, Brasil. Até o momento, participam do estudo 765 mães e 801 recém-nascidos. As pacientes foram acompanhadas durante a gestação, parto e pós-parto e tiveram amostras de sangue coletadas periodicamente, assim como seus bebês. As amostras de soro ou plasma foram submetidas a análise sorológica para anticorpos anti CHIKV IgG e IgM com kit comercial Euroimmun®, seguindo as recomendações do fabricante. Não houve ate o momento positividades para IgM. De 634 mães testadas, 46 foram IgG positivas, sendo que 3% delas conceberam filhos com microcefalia. Dos filhos, 04 foram IgG positivos e não houve nenhuma positividade nos casos de óbito fetal, aborto e microcefalia. Pouco ainda se sabe sobre a transmissão vertical do vírus Chikungunya, apesar de haver confirmações sobre sua existência em líquidos/tecidos relacionados ao crescimento e estabilidade do feto. Nossos dados não mostraram alta porcentagem de positividades e nenhuma delas relacionada a aborto, óbito fetal ou má formação congênita. Estes dados são importantes para entender a ação do CHIKV durante a gestação e todas as possíveis formas de transmissao. A partir do conhecimento da circulação do CHIKV nessa população será  possível o monitoramento das gestantes e avaliação das formas de controle e profilaxia.

Suporte financeiro- FAPESP (SDP #Grant 2016/08578-0); London School for Hygiene and Tropical Medicine e Ministerio da Saude do Brasil, Consorcio Rede Zika (SDP #grant 861306/2017 e 861307/2017).



Palavras-chaves:  Gravidez, infecções por arbovírus, Vírus Chikungunya