OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO POR CHIKUNGUNYA EM GESTANTES E RECÉM- NASCIDOS DA COORTE ZIKA VÍRUS DE JUNDIAÍ |
A introdução do vírus Chikungunya (CHIKV) no Brasil expôs a população a um alto risco epidemiológico. Sua entrada em regiões já endêmicas para outras arboviroses como a dengue, com sintomas muito similares, torna o diagnóstico e abordagem terapêutica ainda mais difíceis, tendo em vista que não há medidas vacinais ou medicamentos específicos para o tratamento. Apesar de associada associada diretamente à picada do mosquito, outras formas de aquisição da doença, como a transmissão vertical, devem ser investigadas ja que que existem evidências de alto risco de aborto durante o primeiro trimestre da gestacao e transmissão materno- fetal durante o último, com consequências neurológicas para o bebê. Este projeto tem o objetivo de realizar inquérito soroepidemiológico para o vírus Chikungunya em grupo de mães com gestação de alto risco e seus recém-nascidos. O estudo provém de dados adquiridos em grupo de coorte realizado no Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí (HUJ), da cidade de Jundiaí, São Paulo, Brasil. Até o momento, participam do estudo 765 mães e 801 recém-nascidos. As pacientes foram acompanhadas durante a gestação, parto e pós-parto e tiveram amostras de sangue coletadas periodicamente, assim como seus bebês. As amostras de soro ou plasma foram submetidas a análise sorológica para anticorpos anti CHIKV IgG e IgM com kit comercial Euroimmun®, seguindo as recomendações do fabricante. Não houve ate o momento positividades para IgM. De 634 mães testadas, 46 foram IgG positivas, sendo que 3% delas conceberam filhos com microcefalia. Dos filhos, 04 foram IgG positivos e não houve nenhuma positividade nos casos de óbito fetal, aborto e microcefalia. Pouco ainda se sabe sobre a transmissão vertical do vírus Chikungunya, apesar de haver confirmações sobre sua existência em líquidos/tecidos relacionados ao crescimento e estabilidade do feto. Nossos dados não mostraram alta porcentagem de positividades e nenhuma delas relacionada a aborto, óbito fetal ou má formação congênita. Estes dados são importantes para entender a ação do CHIKV durante a gestação e todas as possíveis formas de transmissao. A partir do conhecimento da circulação do CHIKV nessa população será possível o monitoramento das gestantes e avaliação das formas de controle e profilaxia. Suporte financeiro- FAPESP (SDP #Grant 2016/08578-0); London School for Hygiene and Tropical Medicine e Ministerio da Saude do Brasil, Consorcio Rede Zika (SDP #grant 861306/2017 e 861307/2017). |