MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS RELACIONADAS ÀS ARBOVIROSES EM PERNAMBUCO, 2016 E 2017 |
No Brasil a incidência dos casos por arbovírus vem crescendo juntamente com o aumento das formas clínicas atípicas. O surgimento de pacientes com manifestação neurológica e história prévia de infecção viral tem sido registrado em estados com circulação de vírus Zika, concomitante a dengue e/ou chikungunya. As manifestações neurológicas incluem encefalites, meningoencefalite, mielite, Síndrome de Guillain-Barré, entre outras. Trata-se de estudo descritivo das manifestações neurológicas pós-infecção prévia por arbovírus. O estudo foi realizado a partir das notificações registradas por três unidades sentinelas do estado de Pernambuco, no período de janeiro de 2016 a julho de 2017. Considerou-se o registro de diagnóstico médico para confirmar as manifestações neurológicas, quanto à infecção prévia por arbovírus utilizaram-se critérios clínicos e laboratoriais. Dos 154 casos suspeitos notificados, cinco (3,2%) casos foram classificados como confirmados, 61 (39,7%) como prováveis, 37 (24%) descartados, 11(7,1%) permanecem em investigação e 40 (26%) inconclusivos. Dentre as manifestações neurológicas a Síndrome de Guillain-Barré foi prevalente (n=50), correspondendo a mais de 32,5% dos achados. Mielite (n=23), meningoencefalite (n=23) e encefalite (n=19). Apresentou-se equilibrada a proporção por sexo (51,9% mulheres / 48,1% homens) e a mediana de tempo pós-infecção por arbovírus foi de cinco dias. No que se refere ao acometimento por faixas etárias, identificou-se a prevalência nas faixas de 0-9 anos (11,7%) e maiores de 60 anos (13,6%). Dentre os 66 casos confirmados e prováveis, 22 evoluíram para óbito. Evidencia-se a relevância de casos neurológicos e a importância de incluir as arboviroses no diagnóstico diferencial de manifestações neurológicas no curso de doença viral ou pós-viral. |