MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS RELACIONADAS ÀS ARBOVIROSES EM PERNAMBUCO, 2016 E 2017
SHEYLA RODRIGUES DE LIMA CARNEIRO1, ISABELA MACIEL DE SOUSA SILVA1, GEORGE SANTIAGO DIMECH1, RAYANE SOUZA DE ANDRADE AZEVÊDO1, BÁRBARA CRISTINA ALVES DA SILVA1, NARA BARBOSA ARAÚJO1, CAIO BRUNO RIBEIRO FALCÃO1
1. SES/PE - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, 2. IMIP - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira
sheylarodrigues23@gmail.com

No Brasil a incidência dos casos por arbovírus vem crescendo juntamente com o aumento das formas clínicas atípicas. O surgimento de pacientes com manifestação neurológica e história prévia de infecção viral tem sido registrado em estados com circulação de vírus Zika, concomitante a dengue e/ou chikungunya. As manifestações neurológicas incluem encefalites, meningoencefalite, mielite, Síndrome de Guillain-Barré, entre outras. Trata-se de estudo descritivo das manifestações neurológicas pós-infecção prévia por arbovírus. O estudo foi realizado a partir das notificações registradas por três unidades sentinelas do estado de Pernambuco, no período de janeiro de 2016 a julho de 2017. Considerou-se o registro de diagnóstico médico para confirmar as manifestações neurológicas, quanto à infecção prévia por arbovírus utilizaram-se critérios clínicos e laboratoriais. Dos 154 casos suspeitos notificados, cinco (3,2%) casos foram classificados como confirmados, 61 (39,7%) como prováveis, 37 (24%) descartados, 11(7,1%) permanecem em investigação e 40 (26%) inconclusivos. Dentre as manifestações neurológicas a Síndrome de Guillain-Barré foi prevalente (n=50), correspondendo a mais de 32,5% dos achados. Mielite (n=23), meningoencefalite (n=23) e encefalite (n=19). Apresentou-se equilibrada a proporção por sexo (51,9% mulheres / 48,1% homens) e a mediana de tempo pós-infecção por arbovírus foi de cinco dias. No que se refere ao acometimento por faixas etárias, identificou-se a prevalência nas faixas de 0-9 anos (11,7%) e maiores de 60 anos (13,6%). Dentre os 66 casos confirmados e prováveis, 22 evoluíram para óbito. Evidencia-se a relevância de casos neurológicos e a importância de incluir as arboviroses no diagnóstico diferencial de manifestações neurológicas no curso de doença viral ou pós-viral.



Palavras-chaves:  Infecções por Arbovírus, Manifestações Neurológicas, Pernambuco