LEISHMANIOSE TEGUMENTAR EM ALDEIAS INDÍGENAS NO AGRESTE DE PERNAMBUCO, BRASIL: PERFIL DOS CASOS (2007-2017)
DÉBORA ELIENAI DE OLIVEIRA MIRANDA 1, KAMILA GAUDÊNCIO DA SILVA SALES1, PIETRA LEMOS COSTA1, LUCIANA AGUIAR FIGUEREDO1, SINVAL PINTO BRANDÃO FILHO1, FILIPE DANTAS TORRES1
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães Fiocruz-PE, 2. SES - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
debora-myranda@hotmail.com

Introdução: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa que acomete pele e mucosas, podendo causar deformidades e sequelas. É causada por protozoários do gênero Leishmania , e de transmissão vetorial. Apesar de haver registros de casos desde o extremo sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com exceção do Chile e Uruguai, sua maior incidência ocorre em áreas próximas à mata, onde as condições de moradia e infraestrutura são precárias, como em aldeias indígenas no Brasil. De fato, existem um elevado número de casos entre indígenas no Brasil ( e.g., na reserva indígena Xakriabá-MG entre 2008 e 2010 foram diagnosticados mais de 87 casos). Sua relevância como problema de saúde pública entre populações indígenas reside não apenas na elevada incidência, como também em implicações no campo psicológico e social, relacionadas sobretudo a presença de cicatrizes permanentes. Casos de LTA têm sido relatados desde 2007 em aldeias indígenas dos Xukurus do Ororubá, localizadas no agreste do estado de Pernambuco. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil dos pacientes acometidos pela LTA nessas aldeais. Metodologia: Utilizou-se o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) para obtenção dos dados referentes aos casos autóctones de LTA registrados em residentes dessas aldeias no período entre 2007 e 2017. Resultados: Observou-se que 49 casos foram notificados em 12 aldeias. Juntas as Aldeias (Guarda, São José e Santana) representam mais de 70% dos casos confirmados. Em geral os indíviduos do sexo masculino (n=34) foram mais acometidos que do sexo feminino (n=15). A maioria (49%) dos casos foi entre crianças de zero a 12 anos de idade. Casos de LTA em crianças reforçam a manutenção do ciclo peri e intradoméstico. Conclusão: Esses resultados indicam que o uso medidas individuais, como repelente e mosquiteiros na área de estudo poderá ser úti l no controle da LTA. Adicionalmente, mais estudos são necessários para compreender a interação parasito-vetor-hospedeiro no ambiente doméstico, visando o conhecimento da dinâmica do ciclo de transmissão na região.



Palavras-chaves:  Leishmaniose, SINAN, indígenas, controle, casos