PRESENÇA DE MATERIAIS BÁSICOS PARA OS TESTES DIAGNÓSTICOS NOS MUNICÍPIOS ASSISTIDOS PELO PROGRAMA MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL (PMMB) NO INTERIOR DO CEARÁ
DIOGENES PEREIRA LOPES 1, RAUL DE FREITAS AQUINO1, JUCIER GONÇALVES JÚNIOR1, ELYSYANA BARROS MOREIRA1, MYLLENA MARIA DE MORAIS PEREIRA1, MATHEUS ALESSANDRO CALLOU FREIRE1, LUIZ ADOLFO MIRANDA BEM1, EMMANUELA QUENTAL CALLOU DE SÁ1, FRANCISCO CARLEIAL FEIJÓ DE SÁ1, SANDRA BARRETO FERNANDES DA SILVA1
1. UFCA - Universidade Federal do Cariri, 2. SCMF - Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza
diogenesigt@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, de evolução lenta e que acomete preferencialmente nervos e pele. A doença tem cura quando o tratamento é realizado de forma correta e sem interrupções. O objetivo deste trabalho foi verificar presença de materiais básicos para os testes diagnósticos nos municípios assistidos pelo Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB) no interior do Ceará.  Por meio de um corte transversal foi realizado um estudo com médicos bolsistas do PMMB que atuam em 30 municípios das macrorregiões de saúde Cariri e Centro Sul do Ceará, através de questionário padronizado confeccionado por supervisores e tutores do PMMB. A coleta ocorreu em março 2017. Responderam ao questionário 190 médicos (88% do total de médicos), sendo 181 (83,8%) questionários preenchidos corretamente.  117(64,6%) médicos afirmaram que nas suas Unidade Básica de Saúde (UBS) não há tubos de ensaio para pesquisa da sensibilidade térmica, 62(34,3%) há tubos e 2(1,1%) não responderam. 105(58,0%) UBS não possuem a tabela de snellen e 116(64,1%) não possuem lanterna clínica, há esses materiais em 76(42,0%) e 65(35,9%) UBS respectivamente. Os municípios onde 167(92,3%) médicos trabalham ofertam o exame de baciloscopia, o de 14(7,7%) médicos não oferta. O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, e é realizado pela história das condições de vida do paciente e do exame dermatoneurológico. Para garantir uma avaliação adequada das incapacidades, são necessários: recursos físicos, como sala com iluminação e ventilação adequadas; recursos materiais como lanterna, tubo de ensaio e Tabela de Snellen, que avalia  grau de comprometimento visual. Neste estudo, 58,0% das UBS não possuem a tabela de Snellen, prejudicando a avaliação visual dos pacientes. Recomenda-se que nas UBSs os casos sejam submetidos à avaliação neurológica e à coleta de material para a baciloscopia. A pesquisa de sensibilidade térmica nas lesões e nas áreas suspeitas deve ser realizada com dois tubos de vidro, um contendo água fria e outro água aquecida. Foi verificado nessa pesquisa, que não há tubos de ensaio em 65% das UBS. Em contrapartida, 92% dos municípios ofertam exame de baciloscopia. Os resultados são preocupantes, uma vez que a maior parte das UBS dessa amostra não dispõe de materiais simples e básicos para o diagnóstico da hanseníase, em contrapartida a maioria dispõe de baciloscopia.



Palavras-chaves:  Hanseníase , Diagnóstico, Atenção Primária à Saúde, Programa mais Médicos para o Brasil