INCIDÊNCIA DE CHIKUNGUNYA NO CEARÁ E EM FORTALEZA, NOS ANOS DE 2016 E 2017
ANA BEATRIZ SOUZA MARTINS 1, MARIA DE MARGARETTE OLIVEIRA DE ANDRADE1, REBECA BANDEIRA BARBOSA1, ADRIANA ROCHA SIMIÃO1, FRANCISCA KALLINE DE ALMEIDA BARRETO1, LUCIANO PAMPLONA DE GÓES CAVALCANTI1, CARLOS HENRIQUE ALENCAR1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará
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A chikungunya é uma arbovirose que tem como vetor o Aedes aegypti . No Ceará esta doença criou um alarmante cenário durante os anos de 2016 e 2017. O objetivo deste trabalho foi descrever a tendência temporal da incidência de chikungunya, nos anos de 2016 e 2017, por sexo, no estado do Ceará e no município de Fortaleza. Os dados foram coletados das fichas de notificação de dengue/ febre de chikungunya, inseridas no SINAN. Os coeficientes de incidência foram calculados e analisados através do programa Excel. Em 2016 e 2017, foram notificados  um total de 135.664 casos de chikungunya no Ceará, dos quais 84.629 (62,38%) foram em mulheres. Observou-se um crescimento suave no número de casos até a 9 a semana epidemiológica (SE) e uma tendência ascendente até 14 SE com uma incidência aproximada de 400 casos por 100 mil habitantes (hab). Na 15 a SE houve um leve decréscimo seguido de um acúmulo de casos até a 19ª SE, com uma incidência de mais de 600 casos por 100 mil hab, e em seguida uma tendência descrescente até 52 a SE. De todos os casos registrados, o sexo feminino foi o predominante a partir da 11 a até a 30 a SE, alcançando uma incidência de 800 casos por 100 mil hab na SE 19. No mesmo período, foram notificados 77.125 casos de chikungunya em Fortaleza, representando mais de 50% dos casos de todo o estado. Notou-se que o comportamento das notificações foi semelhante ao encontrado no Ceará, com uma tendência ascendente a partir da 11 a SE, um ápice na 19 a SE com incidência de 30 casos por 100 mil hab, e um declínio a partir da 22 a SE. Assim também como observado para o estado, o número de casos em mulheres, 47.530 (61,65%), foi superior ao notificado para homens, apresetando somente na 19 a SE 1.361 casos a mais, e uma incidência de 34 casos por 100 mil hab. A crescente incidência de casos no Ceará e em Fortaleza coincide com o período chuvoso na região. Com isso há a formação de criadouros, que colaboram para uma maior infestação do mosquito. A presença de pessoas infectadas, junto com a alta infestação do vetor, leva a um aumento no número de casos. O maior número de notificações para o sexo feminino possivelmente deve-se a maior busca de auxílio médico por mulheres, e também por estas passarem mais tempo no ambiente domiciliar, aumentando a probabilidade de contato com o mosquito. A chikungunya é uma doença sazonal, com picos de incidência durante o período chuvoso, que acomete em maior parte pessoas do sexo feminino.



Palavras-chaves:  CHIKUNGUNYA, INCIDÊNCIA, SAZONALIDADE