INCIDÊNCIA DE CHIKUNGUNYA NO CEARÁ E EM FORTALEZA, NOS ANOS DE 2016 E 2017 |
A chikungunya é uma arbovirose que tem como vetor o Aedes aegypti . No Ceará esta doença criou um alarmante cenário durante os anos de 2016 e 2017. O objetivo deste trabalho foi descrever a tendência temporal da incidência de chikungunya, nos anos de 2016 e 2017, por sexo, no estado do Ceará e no município de Fortaleza. Os dados foram coletados das fichas de notificação de dengue/ febre de chikungunya, inseridas no SINAN. Os coeficientes de incidência foram calculados e analisados através do programa Excel. Em 2016 e 2017, foram notificados um total de 135.664 casos de chikungunya no Ceará, dos quais 84.629 (62,38%) foram em mulheres. Observou-se um crescimento suave no número de casos até a 9 a semana epidemiológica (SE) e uma tendência ascendente até 14 a SE com uma incidência aproximada de 400 casos por 100 mil habitantes (hab). Na 15 a SE houve um leve decréscimo seguido de um acúmulo de casos até a 19ª SE, com uma incidência de mais de 600 casos por 100 mil hab, e em seguida uma tendência descrescente até 52 a SE. De todos os casos registrados, o sexo feminino foi o predominante a partir da 11 a até a 30 a SE, alcançando uma incidência de 800 casos por 100 mil hab na SE 19. No mesmo período, foram notificados 77.125 casos de chikungunya em Fortaleza, representando mais de 50% dos casos de todo o estado. Notou-se que o comportamento das notificações foi semelhante ao encontrado no Ceará, com uma tendência ascendente a partir da 11 a SE, um ápice na 19 a SE com incidência de 30 casos por 100 mil hab, e um declínio a partir da 22 a SE. Assim também como observado para o estado, o número de casos em mulheres, 47.530 (61,65%), foi superior ao notificado para homens, apresetando somente na 19 a SE 1.361 casos a mais, e uma incidência de 34 casos por 100 mil hab. A crescente incidência de casos no Ceará e em Fortaleza coincide com o período chuvoso na região. Com isso há a formação de criadouros, que colaboram para uma maior infestação do mosquito. A presença de pessoas infectadas, junto com a alta infestação do vetor, leva a um aumento no número de casos. O maior número de notificações para o sexo feminino possivelmente deve-se a maior busca de auxílio médico por mulheres, e também por estas passarem mais tempo no ambiente domiciliar, aumentando a probabilidade de contato com o mosquito. A chikungunya é uma doença sazonal, com picos de incidência durante o período chuvoso, que acomete em maior parte pessoas do sexo feminino. |