DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA DOENÇA DE CHAGAS AGUDA POR MUNICÍPIO DO BRASIL, 2001-2014.
ROSA MARIA DUARTE VELOSO, REAGAN NZUNDU BOIGNY, GUILLERMO JESUS GUILLERMO MAY, ALBERTO NOVAES RAMOS JÚNIOR, CARLOS HENRIQUE ALENCAR
1. UFC - Universidade Federal do Ceará
rosabiopedagoga@gmail.com

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, podendo evoluir para as formas crônicas caso não seja tratada precocemente com medicamento específico. No Brasil, atualmente predominam os casos crônicos decorrentes de infecção por via vetorial. No entanto, nos últimos anos, a ocorrência de casos e surtos de DCA tem sido observada em diversos estados brasileiros, com maior frequência na Região Amazônica. OBJETIVO : Identificar conglomerados de ocorrência da doença de Chagas aguda no Brasil, de 2001 a 2014. DESENHO DO ESTUDO : trata-se de um estudo ecológico realizado a partir de dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). MÉTODOS : Os dados foram extraídos do SINAN. Criou-se planilhas identificando a notificação da doença em cada município por ano, identificando os municípios e utilizando as coordenadas municipais para cada caso. Excluiu-se dados com município de residência ignorado. Foi realizada uma análise espaço-temporal retrospectiva no programa SaTScan usando a distribuição de Poisson discreta com unidades de agregação temporal de um ano em 9999 replicações. RESULTADOS: Ao longo da série histórica foram identificados 16 conglomerados principalmente no início (2002-2006) e no final do período (2008-2014), sendo apenas seis conglomerados com valor p≤0.05. O conglomerado inicial (2002-2006) continha 1343 municípios dos quais 1321 na região Nordeste com risco para adoecimento de 6,6. No segundo conglomerado (2008-2014) tinha 225 municípios todos da região Norte com risco 8,3.    CONCLUSÃO : É necessário identificar fatores que levam à concentração de casos nos municípios com alta recorrência nesses períodos para adequar as estratégias de controle por região. No estudo, a análise espacial e temporal dos dados identificou áreas de alta endemicidade e de acumulação de casos que demandam estratégias de controle mais adequadas à realidade local e a necessidade de estudos que ajudem a esse fim.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Conglomerados, Casos Crônicos