SÍFILIS CONGÊNITA EM CAMPO GRANDE MS: AINDA UM DESAFIO NO PROCESSO DE NOTIFICAÇÃO
ANDERSON DE ARAUJO MARTINS 1, AMANDA DA SILVA MARCELINO MARQUEZIN1, GRAZIELLI ROCHA DE REZENDE 1
1. UFMS - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
andersonufms@gmail.com

A sífilis congênita consiste na disseminação hematogênica do Treponema pallidum da mãe para o feto em qualquer momento da gestação ou durante o parto em gestantes que não realizam o tratamento ou o fazem de maneira inadequada. No Brasil foram registrados 19.228 casos desse agravo em menores de um ano de idade em 2015, apresentando taxa de incidência de 6,5 casos/mil nascidos vivos. O trabalho tem como objetivo identificar o perfil epidemiológico e elaborar série histórica da sífilis congênita no município de Campo Grande-MS entre os anos de 2007 a 2015. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, quantitativo, desenvolvido entre os meses de junho e julho de 2017, como parte da disciplina de metodologia da pesquisa do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Os dados foram obtidos por meio de coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificações (SINAN), disponibilizados pelo DATASUS, tabulados e analisados utilizando o programa Excel . Verificou-se a ocorrência de 378 casos de sífilis congênita em menores de 12 anos no município de Campo Grande entre 2007 e 2015, sendo que 96% das notificações referem-se a neonatos com idade inferior a 28 dias de vida e 98,1% em menores de um ano de idade, com uma taxa de sobrevida de 90,7%. Em relação ao perfil das mães 35,4% possuía escolaridade inferior a oito anos de estudo, porém não há informação sobre esse dado em 30,1% dos casos. 96,5% residentes em zona urbana, quanto à faixa etária e etnia materna os dados também encontram-se incompletos. No que diz respeito às informações da gestação 86,7% das mulheres realizaram as consultas de pré-natal, sendo que 59,2% tiveram o diagnóstico de sífilis durante esse período, entretanto em 46,5% dos casos não se tem dados sobre a realização do tratamento da gestante e em 67,8% das gestantes tratadas o parceiro não foi tratado. Mesmo sendo uma infecção de fácil prevenção, diagnóstico e tratamento simples e barato, a sífilis congênita ainda apresenta falhas relacionadas principalmente à assistência pré-natal inadequada e aos fatores socioeconômicos. Deve-se atentar à subnotificação, que impede a implementação de medidas de prevenção, promoção mais precisas no combate à doença. Ampliar a cobertura de testes rápidos e a capacitação de profissionais para sua realização, o treinamento desses quanto ao manejo da sífilis na gestação e ao preenchimento correto da ficha de notificação podem garantir melhores resultados.



Palavras-chaves:  Assistência Pré-Natal, Epidemiologia, Sífilis congênita