ANÁLISE DA DISPENSAÇÃO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL PARA PESSOAS COM HIV EM ABANDONO DE TRATAMENTO.
THAYS HELENA ARAÚJO DA SILVA 1, DALILA AUGUSTO PERES1, THALYS HERIQUI ANDRADE DA SILVA1, ANA CAROLINA DE OLIVEIRA ROCHA1, MARIANA FERNANDES PEREIRA1
1. FAMETRO - Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza, 2. HUWC/EBSERH - Hospital Universitário Walter Cantídio , 3. UFC - Universidade Federal do Ceará, 4. RIS-ESP - Escola de Saúde Pública do Ceará, 5. UECE - Universidade Estadual do Ceará, 6. ATENEU - FACULDADE ATENEU
THAYSHELENA.SILVA@GMAIL.COM

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) representa um dos maiores problemas de Saúde Pública por sua característica pandêmica com altas taxas de morbimortalidade. O Brasil atualmente recomenda o início precoce da terapia antirretroviral (TARV). A eficácia desse tratamento depende, em grande parte, da adesão a TARV, uma vez que a má adesão leva a consequências graves ao paciente. O estudo objetivou analisar o histórico de dispensação da terapia antirretroviral de pessoas que vivem com HIV em abandono de tratamento na Unidade de Dispensação de Medicamentos (UDM) de um hospital de referência em doenças infecciosas. Método: Estudo transversal e documental. Foram analisados 281 históricos de pacientes no período do estudo. Para determinação do tempo de abandono foi considerado 150 dias após a última dispensação. Os dados dessa pesquisa foram coletados no sistema de monitoramento ofertado aos serviços pelo Ministério da Saúde- SICLOM nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, através de um formulário estruturado único, e analisados utilizando o Statistical Package for Social Sciences versão 20.0 (SPSS), após a aprovação pelo Comitê de Ética da instituição, com parecer nº1.881.784. Resultados e Discussão: Na ocasião do abandono de tratamento foi evidenciado que a maioria dos pacientes haviam iniciado a TARV entre 5 e 6 anos, totalizando 122 pacientes (43,4%). Estudos relatam que o maior percentual de não-aderentes (45,4%) informou cinco a oito anos de tratamento, sugerindo que o tempo de diagnóstico e os benefícios constatados pelo uso dos ARVs não são suficientes para levar o indivíduo ao uso desejado e nível satisfatório de adesão. Antes da data da última dispensação, 67% dos pacientes tinham acompanhamento irregular. Identificou-se que uma pequena parcela dos pacientes analisados já se encontra em terapia de resgate (1,8%), isso nos sugere o risco que estes apresentam se resistência do vírus aos tratamentos. Identificou-se também que 105 (37,4%) pacientes no momento do abandono a TARV estavam em uso de segunda linha de tratamento, podendo progredir a esquemas mais avançados e a possíveis falhas terapêuticas. Conclusão: A análise do histórico de dispensação dos antirretrovirais permitiu traçar um perfil dos pacientes em abandono da TARV. A mudança no tratamento e o tratamento irregular surgem como fatores de risco para o abandono.



Palavras-chaves:  Fármacos anti-HIV, Recusa do Paciente ao Tratamento, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida