ESTUDO DE FLEBOTOMÍNEOS (PSYCHODIDAE): DIVERSIDADE E DETECÇÃO DE Leishmania spp. (TRYPANOSOMATIDAE) EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE RONDÔNIA, BRASIL
ADRIELE NUNES RODRIGUES1,2, GLAUCILENE DA SILVA COSTA 1,2, ANTONIO MARQUES PEREIRA JÚNIOR1,2, PAULA FRASSINETTI MEDEIROS DE PAULO1,2, JANSEN FERNANDES MEDEIROS1,2
1. LABORATÓRIO DE ENTOMOLOGIA - Fiocruz Rondônia, 2. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP, UNIR, 3. INCT-EPIAMO - Instituto Nacional de Epidemiologia da Amazônia Ocidental
glaucilene.gsc@gmail.com

Flebotomíneos são os principais vetores de Leishmania spp. Por isso, o conhecimento acerca da composição faunística desses insetos é importante para a epidemiologia da leishmaniose. No estado de Rondônia já foram assinaladas 13 espécies como potenciais vetores. Nesse contexto, o objetivo desse estudo é avaliar a diversidade de flebotomíneos e detectar DNA de Leishmania spp. nesses insetos. Foram realizadas coletas semestrais nos anos de 2016 e 2017, em três Unidades de Conservação, utilizando armadilhas luminosas CDC expostas nos estratos de copa e solo. Foi coletado o total de 7.984 indivíduos (1.828 fêmeas e 6.156 machos) identificados em 75 espécies, distribuídas em 15 gêneros: Bichromomyia (3 espécies) , Brumptomyia (2) , Evandromyia (10) , Lutzomyia (3) , Micropygomyia (2) , Migonemyia (1), Nyssomyia (8) , Pintomyia (3) , Pressatia (1) , Psathyromyia (9) , Psychodopygus (17) , Sciopemyia (2) , Trichophoromyia (6) , Trichopygomyia (3) e Viannamyia (3). As espécies mais abundantes foram Th . auraensis (1.488 indivíduos, 18,64%), Ny . antunesi (1.303, 16,32%), Ps . davisi (901, 11,29%), Th . ubiquitalis (558 , 6,99%), Ny . whitmani (521, 6,53%) e Ps . carrerai (478, 5,99%). Na Floresta Nacional do Jamari foram coletados 2.011 espécimes pertencentes a 59 espécies com maior abundância no estrato de copa (1.095 indivíduos distribuídos em 49 espécies) em relação ao estrato de solo (916 flebotomíneos e identificados em 54 espécies). No Parque Estadual de Guajará-Mirim foram capturados 1.779 flebotomíneos e 53 espécies e a maior abundância ocorreu no estrato de copa (2.056 indivíduos e 48 espécies) em relação ao estrato de solo (2.689 indivíduos e 42 espécies). Na Reserva Biológica do Jaru foram capturados 1.228 espécimes e 38 espécies e observou-se maior abundância no estrato de copa (827 indivíduos e 30 espécies) em relação ao estrato de solo (401 indivíduos e 33 espécies). Foram preparados 30 pools somando um total de 739 fêmeas em 29 espécies e as espécies com maior número de pools foram Ps . davisi (130 indivíduos - 6 pools), Ny . umbratilis (86 - 5 pools), Ny . whitmani (56 - 4 pools). Todos os pools foram submetidos à PCR para detecção Leishmania , porém nenhuma amostra amplificou para o fragmento de 120 pb do kDNA. Embora não tenha sido detectada infecção nos flebotomíneos, a presença de espécies já incriminadas como vetores em abundância nesse estudo é fator um importante para possíveis ciclos de manutenção e transmissão da leishmaniose em áreas silvestres.



Palavras-chaves:  Leishmaniose Tegumentar, Vetores, Estratificação, Rondônia