ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL DA FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) E DETECÇÃO MOLECULAR DE Leishmania (KINETOPLASTIDA: TRYPANOSOMATIDAE) EM ÁREAS DE FLORESTAS NOS MUNICÍPIOS DE PORTO VELHO E ITAPUÃ D’OESTE, RONDÔNIA, BRASIL
FÁBIO RESADORE1,2, GLAUCILENE DA SILVA COSTA 1,2, ANTONIO MARQUES PEREIRA JÚNIOR1,2, PAULA FRASSINETTI MEDEIROS DE PAULO1,2, LUIZ HERMAN SOARES GIL1,2, MAÍSA DA SILVA ARAÚJO1,2, GENIMAR REBOUÇAS JULIÃO1,2, MORENO MAGALHÃES DE SOUZA RODRIGUES1,2, JANSEN FERNANDES MEDEIROS1,2
1. LABORATÓRIO DE ENTOMOLOGIA - Fiocruz Rondônia, 2. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP, UNIR, 3. IPEPATRO - Instituto de Pesquisas e Patologias Tropicais de Rondônia, 4. INCT-EPIAMO - Instituto Nacional de Epidemiologia da Amazônia , 5. CENTRO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ - CPqGM
GLAUCILENE.GSC@GMAIL.COM

Os flebotomíneos são insetos que atuam como vetores de Leishmania spp. agente etiológico da Leishmaniose. No estado de Rondônia anualmente são registrados aproximadamente 1.000 casos de leishmaniose tegumentar. Estudos de estratificação vertical são importantes para compreender o comportamento das espécies, principalmente as que atuam no ciclo de transmissão de Leishmania spp. Este trabalho avaliou a diversidade de flebotomíneos e infecção natural por espécies de Leishmania em diferentes estratos (copa e solo) em áreas de floresta nos municípios de Porto Velho e Itapuã d’Oeste. As coletas foram realizadas entre os anos 2015 e 2016 em três áreas de floresta: Santo Antônio, sítio São Vicente e FLONA do Jamari. Os flebotomíneos foram capturados com armadilhas luminosas CDC e armadilhas de atração por CO 2 BG-Sentinel, e posteriormente identificados. Para detecção de Leishmania spp., o tórax e o abdômen das fêmeas foram retirados e reunidos em pools de acordo com a espécie, estrato e localidade. Foi realizada a extração de DNA e PCR para a região k DNA e Hsp 70. Os dados de fauna foram analisados utilizando o teste de Permanova e números de Hill, por meio da linguagem R. Foram identificados 7.264 espécimes e 54 espécies. Foi registrada maior abundância no estrato de copa (n=6.125) em relação ao estrato de solo (n=1.139), porém a diversidade no estrato solo diferiu significativamente da copa ( p =0,0082). As espécies mais abundantes no estrato solo foram Sciopemyia sordellii (n=153) e Psychodopygus chagasi s.l. (n=121) e para o estrato de copa Ps. chagasi s.l. (n=1.962) e Nyssomyia yuilli yuilli (n=709). Nas armadilhas CDC foram coletados 5.249 espécimes e na BG-Sentinel 2.015 indivíduos. Em relação à infecção natural, 12 dos 276 pools foram positivos para o fragmento kDNA: Ps. davisi (3 pools), Ps. chagasi s.l. (2), Ny. yuilli yuilli (1), Ps. carrerai carrerai (1), Ny. umbratilis (1), Ps. amazonensis (1) e Th. auraensis (1) e da localidade Santo Antônio Ny . yuilli yuilli (1) e Ps . chagasi s.l. (1). Foi identificada L. (V.) braziliensis em um pool de Ps. amazonensis (Flona do Jamari) e um pool de Ps. carrerai carrerai (Flona do Jamari), além de L. (L.) amazonensis em um pool de Ps. davisi (Flona do Jamari). Esse estudo reforça que existe uma elevada diversidade dos flebotomíneos no estado de Rondônia, e os dados de infecção associados a abundância das espécies consideradas vetores podem ser informações relevantes para a epidemiologia da doença no estado de Rondônia.



Palavras-chaves:  Biodiversidade, Leishmaniose, Amazônia Ocidental