DIVERSIDADE, DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE Leishmania spp. EM FLEBOTOMÍNEOS COLETADOS EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE RONDÔNIA
ANTONIO MARQUES PEREIRA JÚNIOR1,2,4, GLAUCILENE DA SILVA COSTA 1,2,4, PAULA FRASSINETTI MEDEIROS DE PAULO1,2,4, THAÍS SANTOS CASTRO1,2,4, CELIANE ALMEIDA DO VALLE1,2,4, GABRIEL EDUARDO MELIM FERREIRA1,2,4, JANSEN FERNANDES MEDEIROS1,2,4
1. LABORATÓRIO DE ENTOMOLOGIA - Fiocruz Rondônia, 2. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP, UNIR, 3. LABORATÓRIO DE EPIDEMIOLOGIA GENÉTICA - Fiocruz Rondônia, 4. INSTITUTO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA DA AMAZÔ - INCT-EpiAmO
glaucilene.gsc@gmail.com

Flebotomíneos são insetos de importância médica, responsáveis pela transmissão de Leishmania . Esses insetos são encontrados principalmente em florestas, porém, devido o impacto causado pelos desmatamentos tem se observado cada vez mais a presença desses insetos em ambientes antropizados. Esse cenário torna-se mais relevante no estado de Rondônia onde ocorre o ciclo silvestre leishmaniose tegumentar, que em média 1.000 casos são registrados a cada ano. Portanto, este estudo tem como objetivos identificar as espécies de flebotomíneos, assinalar os possíveis vetores e observar a presença de DNA de Leishmania nas fêmeas capturadas. As coletas de flebotomíneos foram realizadas nos municípios de Porto Velho, Montenegro, Cacaulândia, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Guajará-Mirim. Em cada município foram selecionados cinco locais e instaladas três armadilhas luminosas HP, totalizando 15 por município. As armadilhas foram instaladas no período da tarde (15:00h ás 18:00h), e retiradas na manhã seguinte (07:00-09:00h) por três dias consecutivos, entre 2016 e 2017. No total foram coletados 2.518 indivíduos e identificadas 59 espécies pertencentes a 13 gêneros. O município com maior abundância foi Guajará-Mirim com 832 indivíduos e 24 espécies, seguido pelos municípios de Cacaulândia com 692 indivíduos e 31 espécies, Monte Negro com 400 indivíduos e 38 espécies, Porto Velho com 292 indivíduos e 28 espécies, Cacoal com 123 indivíduos e 17 espécies, Ji-Paraná com 122 indivíduos e 18 espécies, e Vilhena com 57 indivíduos e 20 espécies. As espécies mais abundantes foram Nyssomyia antunesi (582 – 23,1%), Psychodopygus davisi (528 – 20,9%) e Trichophoromyia ubiquitalis (268 – 10,6%), Ps . claustrei (215 – 8,53%) e Ny . whitmani (158 – 6,27%). Foram preparados pools de 172 fêmeas das espécies Ps . davisi (75 [8 pools]), Ny . antunesi (47 [5 pools]), Th . ubiquitalis (42 - 5 pools), Ps . carrerai carrerai (23 - 3 pools]), Ny . whitmani (10 - 3 pools) e Ny . yuilli yuilli (8 - 2 pools) totalizando 26 pools submetidos à PCR para a região kDNA de Leishmania , porém nenhuma amostra amplificou para o fragmento de 120 pb. Embora não tenha sido detectada a infecção natural dos flebotomíneos por Leishmania spp ., a abundância dessas espécies deve ser considerada como fator importante na epidemiologia da leishmaniose, pois são consideradas importantes vetores com frequência nos estudos entomológicos na Amazônia, tendo papel importante na transmissão desses parasitas ao homem na região.



Palavras-chaves:  Leishmania, Vetores, Rondônia