ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RIPARINAS I, II E III EM ESPÉCIES BACTERIANAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA
JORGE BELÉM OLIVEIRA JÚNIOR 1,3, EVERTON MORAIS DA SILVA1,3, DYANA LEAL VERAS1,3, CATARINA FERNANDES DE FREITAS1,3, FERNANDA CRISTINA GOMES DE LIMA1,3, ANA PAULA SAMPAIO FEITOSA1,3, LUIZ CARLOS ALVES1,3, STANLEY JUAN CHAVEZ GUTIERREZ1,3, JOSÉ MARIA BARBOSA FILHO1,3, CELSO AMORIM CAMARA1,3, FÁBIO ANDRÉ BRAYNER DOS SANTOS1,3
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2. LIKA - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, 3. IAM/FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães/FIOCRUZ-PE, 4. UFPI - Departamento de Bioquímica e Farmacologia, Universidade Federal do Piauí, 5. UFPB - Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 6. UFRPE - Departamento de Química, Universidade Federal Rural de Pernambuco
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As Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (IRAS) são consideradas uma preocupação mundial, visto o uso indiscriminado de antimicrobianos e a pressão seletiva bacteriana. Entre as espécies bacterianas, Klebsiella pneumoniae , Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa apresentam diversos mecanismos de resistência a antimicrobianos, tornando-as frequentes em IRAS. Devido à redução na eficácia de antimicrobianos no tratamento das IRAS, este estudo objetiva analisar a atividade antimicrobiana das riparinas I, II e III frente cepas ATCC de K. pneumoniae , A. baumannii e P. aeruginosa . As riparinas foram obtidas do fruto verde da Aniba riparia . As cepas utilizadas são padronizadas para testes de resistência aos antimicrobianos pelo CLSI (2017): K. pneumoniae (ATCC 700603), A . baumannii (ATCC 19606) e P . aeruginosa (ATCC 27853). Estas estão estocadas em glicerol a 20% em -80ºC e foram reativadas em caldo BHI, semeadas e incubadas a 37ºC±1 por 18-24h para isolamento. A concentração inibitória mínima (CIM) das riparinas foi analisada por microdiluição em caldo nas concentrações: 400 µ g/mL a 3,125 µ g/mL e a concentração bactericida mínima (CBM) foi validada pela contagem das unidades formadoras de colônias (UFC), seguido por análise com resazurina. Os inóculos foram ajustados em escala MacFarland e as moléculas foram diluídas em 1% de DMSO (experimentos independentes em triplicata). Apenas a riparina III exibiu atividade antimicrobiana na ATCC de A. baumannii , exibindo CIM de 400 µ g/mL. Nesta concentração, não foi verificada a presença de UFC, sendo K. pneumoniae e P. aeruginosa resistentes às concentrações testadas das riparinas. Todos estes dados foram confirmados com resazurina. Na literatura, há poucos relatos sobre a ação antimicrobiana das riparinas. Neste estudo foi possível determinar a CIM da riparina III frente ATCC de A. baumannii , confirmando resultados que expõem a ação antimicrobiana de extratos da A. riparia em cepas bacterianas e fúngicas. Sabe-se que espécies Gram-negativas possuem maior resistência quando comparadas às Gram-positivas, pois àquelas detêm uma dupla membrana, configurando resistência antimicrobiana aos agentes microbicidas e outros estudos observaram pouca ação antimicrobiana da A. riparia  em espécies Gram-negativas. Assim, foi possível determinar a ação antimicrobiana da riparina III, demonstrando a necessidade de pesquisas de produtos naturais, visto a resistência bacteriana e diminuição das opções terapêuticas das IRAS.



Palavras-chaves:  Acinetobacter baumannii, Atividade antimicrobiana, Planta