ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RIPARINAS I, II E III EM ESPÉCIES BACTERIANAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA |
As Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (IRAS) são consideradas uma preocupação mundial, visto o uso indiscriminado de antimicrobianos e a pressão seletiva bacteriana. Entre as espécies bacterianas, Klebsiella pneumoniae , Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa apresentam diversos mecanismos de resistência a antimicrobianos, tornando-as frequentes em IRAS. Devido à redução na eficácia de antimicrobianos no tratamento das IRAS, este estudo objetiva analisar a atividade antimicrobiana das riparinas I, II e III frente cepas ATCC de K. pneumoniae , A. baumannii e P. aeruginosa . As riparinas foram obtidas do fruto verde da Aniba riparia . As cepas utilizadas são padronizadas para testes de resistência aos antimicrobianos pelo CLSI (2017): K. pneumoniae (ATCC 700603), A . baumannii (ATCC 19606) e P . aeruginosa (ATCC 27853). Estas estão estocadas em glicerol a 20% em -80ºC e foram reativadas em caldo BHI, semeadas e incubadas a 37ºC±1 por 18-24h para isolamento. A concentração inibitória mínima (CIM) das riparinas foi analisada por microdiluição em caldo nas concentrações: 400 µ g/mL a 3,125 µ g/mL e a concentração bactericida mínima (CBM) foi validada pela contagem das unidades formadoras de colônias (UFC), seguido por análise com resazurina. Os inóculos foram ajustados em escala MacFarland e as moléculas foram diluídas em 1% de DMSO (experimentos independentes em triplicata). Apenas a riparina III exibiu atividade antimicrobiana na ATCC de A. baumannii , exibindo CIM de 400 µ g/mL. Nesta concentração, não foi verificada a presença de UFC, sendo K. pneumoniae e P. aeruginosa resistentes às concentrações testadas das riparinas. Todos estes dados foram confirmados com resazurina. Na literatura, há poucos relatos sobre a ação antimicrobiana das riparinas. Neste estudo foi possível determinar a CIM da riparina III frente ATCC de A. baumannii , confirmando resultados que expõem a ação antimicrobiana de extratos da A. riparia em cepas bacterianas e fúngicas. Sabe-se que espécies Gram-negativas possuem maior resistência quando comparadas às Gram-positivas, pois àquelas detêm uma dupla membrana, configurando resistência antimicrobiana aos agentes microbicidas e outros estudos observaram pouca ação antimicrobiana da A. riparia em espécies Gram-negativas. Assim, foi possível determinar a ação antimicrobiana da riparina III, demonstrando a necessidade de pesquisas de produtos naturais, visto a resistência bacteriana e diminuição das opções terapêuticas das IRAS. |